Daniela Cardoso e Ney Silva
Um grupo de profissionais de enfermagem, atendendo uma mobilização da União Nacional de Enfermagem, entidade que tem representante em Feira de Santana, realizou um ato público na manhã deste domingo (17) na Praça Padre Ovídio. Segundo a representante da entidade, a técnica de enfermagem Mariney Portugal, a categoria busca mais reconhecimento e direitos.
“A gente vem expor nossa indignação com relação a nossa classe, nosso piso salarial, melhorias de condições de trabalho, pois as pessoas que estão na linha de frente da covid-19 estão sem condições de trabalho, não tem EPIs adequados, muitos estão sendo demitidos e esse é um ato de repúdio, pois merecemos respeito e valorização e não estamos tendo”, declarou.
Mariney Portugal afirmou que a categoria está na luta pela definição de um piso salarial há 20 anos. Segundo ela, tem uma Projeto de Lei (PL) no Senado tramitando desde o dia 25 de março de 1986, mas até hoje não foi aprovada. Além disso, a técnica de enfermagem disse que também existe uma luta pela definição da carga horária.
“Estamos lutando por 30 horas semanais, atualmente não tem definido e cada instituição tem sua carga horária, tem instituição chegando a 190 horas, um exagero muito grande e o profissional da área não suporta. A gente está lidando com vidas”, defendeu.
Ela disse ainda que nesse momento de luta contra o coronavírus, com hospitais superlotados e sobrecarga de trabalho, muitos profissionais da saúde estão abalados emocionalmente e sem nenhum tipo de suporte.
“Trabalhamos com o medo de pegar o vírus e também de prestar assistência às pessoas que estão pra serem atendidas. é muito desgastante e estamos vendo a possibilidade de fecharmos parcerias com psicólogos para atenderem aos profissionais da enfermagem”, informou.