O inverno começou desde o último dia 21 de junho e com ele veio as baixas temperaturas, que podem favorecer a disseminação de vírus, provocando doenças respiratórias. Sem ter um diagnóstico correto, muitas pessoas ficam com dúvidas, se pode ser apenas um resfriado ou realmente, uma gripe.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica infectologista Melissa Falcão explicou as diferenças, e sinalizou sobre o aumento de casos.
“Resfriados são aqueles vírus que causam mais sintomas respiratórios altos, sem febre, coriza, nariz entupido. Já a gripe é uma infecção mais intensa, com febre, dores no corpo, e cansaço – a gripe são as manifestações causadas pelos vírus da Influenza. As gripes acontecem em períodos sazonais, então elas se repetem em períodos determinados de tempo, sendo mais frequentes no inverno, quando as baixas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem mais próximas umas das outras e ainda tem um agravante, tivemos uma epidemia de gripe num período que não era esperado, então, na época de dezembro e janeiro, tivemos o H3N2 circulando com maior frequência o que só deveria ter acontecido agora no período de inverno, então isso é consequência da retira do uso de máscaras”, explicou.
De acordo com Melissa Falcão, não é possível diferenciar H3N2 da gripe ou do Covid, sem o exame.
“Não tem como diferenciar o H3N2 de uma gripe, e da Covid só pelos sintomas respiratórios. Temos algumas coisas que ajudam a diferenciar as pessoas que tem o Covid sem estarem vacinadas, a segunda semana pode ter um agravamento, pode ter uma fase inflamatória, as pessoas que estão com as três doses da vacina, costumamos ver um quadro bem semelhante com a gripe, oito a dez dias para estar com uma melhora dos sintomas, às vezes uma tosse seca que chega a incomodar ou essa sensação de fadiga de falta de disposição”, informou.
Procura por medicamentos aumenta
A infectologista aproveitou para alertar sobre a alta procura por medicamentos, e que este aumento da demanda está causando falta em algumas redes de farmácias.
“Já tem algum tempo que a gente vem percebendo a falta de alguns medicamentos como xarope, antibiótico líquido para serem utilizados nas crianças, já chegou a faltar corticoide e dipirona. São medicamentos utilizados com mais frequência, e todos eles, em algum momento, foi percebido essa falta nas farmácias e até em hospitais. O uso foi aumentado no mundo inteiro e a indústria farmacêutica não conseguiu acompanhar esse ritmo por falta de matéria prima ou produção”, disse.
Como recomendação, a médica Melissa Falcão, solicitou que a comunidade feirense se vacine e faça o uso das máscaras.
“Se vacinem. Vejo atualmente as pessoas que chegam a se internarem com Covid, com quadro completamente diferente dos casos graves que vimos antigamente e principalmente, façam um teste, mesmo sendo um auto teste de farmácia, se você tem algum sintoma respiratório, porque isso vai evitar uma transmissão e diminuir essa cadeia de infecção, e isso continua sendo importante. O uso da máscara em ônibus, continua sendo obrigatório, unidades hospitalares onde tem um risco maior de terem pessoas infectadas, farmácias onde pessoas vão comprar as medicações, mas a gente sabe que fora destes locais, o uso de máscaras não é mais obrigatório, é facultativo, eu sugiro que as pessoas quando estiverem em ambientes de risco, que continuem utilizando. Se vacinem isso é uma coisa que eu alerto, porque o Covid não vai embora, estamos na quarta onda, vai ter uma quinta, uma sexta, não cabe mais medidas restritivas, já sabemos uma maneira de prevenir a gravidade que é através da vacinação, então as atividades econômicas e atividades escolares não devem ser mais prejudicados por conta da Covid e isso só coube no início da pandemia quando não tínhamos nada para evitar a gravidade”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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