Daniela Cardoso
Após as denúncias sobre a falta de medicamentos e sobre a situação do novo tomógrafo, que estaria encaixotado há cerca de cinco meses, no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, o diretor da unidade, José Carlos Pitangueira, esteve na manhã desta terça-feira (27) no programa Acorda Cidade, onde falou sobre a situação.
Pitangueira disse que recebeu um documento da equipe do Fantástico, que exibiu a reportagem com as denúncias, mas que não sabia ao certo o que seria noticiado. Ele afirmou que se soubesse, teria comprovado que a instalação do tomógrafo ainda não foi feita devido à burocracia. O diretor do Clériston informou que somente no dia 6 de maio de 2014 recebeu um documento da empresa Toshiba, com o projeto para instalar o aparelho.
“É muita burocracia. O Clériston é um hospital antigo e para adaptar o tomógrafo novo são 200 metros de fio novo, além de uma nova parte elétrica que tem que ser criada para esse aparelho. Nós continuamos com outro tomógrafo lá dentro e estamos brigando pelo funcionamento há muito tempo”, afirmou.
Falta de medicamentos
Sobre a falta de medicamentos, Pitangueira informou que o Clériston Andrade tem medicamentos comprados, mas que ainda não foram entregues, pois a empresa alega falta de matéria-prima, que é importada. Apesar disso, ele ressalta que os pacientes não ficam sem o medicamento.
“Temos o medicamento substituto. O que ocorre, e os médicos têm razão, é que um tratamento pode ser iniciado com um antibiótico de baixa geração, mas se com o tempo a medicação não fazer efeito, o médico não terá outra para tratar equilibrar a saúde do paciente. Tivemos dificuldades em fevereiro e março, mas agora a situação já está melhor. Eu não posso comprar esse medicamento na farmácia, pois tenho que justificar para o Tribunal de Contas”, afirmou.
Ortopedia
José Carlos Pitangueira reconheceu alguns problemas do HGCA, especialmente na área da ortopedia, que segundo o mesmo, é atualmente o maior problema da unidade.
“O Clériston é um hospital de urgência e emergência para fraturas expostas. Nós só temos fraturas fechadas, que não deveria ser a gente a fazer. Deveria ter hospitais credenciados. A solução é um hospital municipal, estadual ou federal, com 200 leitos para dá cobertura ao Clériston, que é um hospital velho e vai ter uma hora que não terá mais o que fazer”, afirmou.
Segundo o diretor do Clériston, a situação piorou, pois uma peça do aparelho que opera em casos de ortopedia (fêmur) está quebrada e a empresa Siemens, que é a ganhadora da licitação, não pode vender o aparelho, pois está com a licitação suspensa, após denúncias de corrupção em São Paulo. “Teremos que fazer uma licitação para uma empresa terceirizada, para que ela compre na Siemens, já que hospital particular pode comprar e o serviço público não”.
Pitangueira informou que irá procurar a secretária municipal de Saúde de Feira de Santana, Denise Mascarenhas, ainda nesta terça, para tentar conseguir algumas cotas e operar os pacientes da ortopedia em hospitais particulares, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Terceirização
Questionado se a terceirização do Clériston Andrade seria a solução dos problemas, o diretor da unidade afirmou que a vantagem seria no setor de pessoal, que, segundo ele, é a maior dificuldade. Porém Pitangueira afirma que somente a avaliação Ministério Público, pode definir sobre essa possibilidade. “A minha opinião não vale nada”, disse.