Alerta!

Dia Mundial do AVC: neurologista alerta para sintomas e prevenção

De acordo com a especialista, pessoas com hipertensão e diabetes, possuem um risco maior.

AVC
Foto: Reprodução/GloboNews

Nesta terça-feira, 29 de outubro, é celebrado o Dia Mundial do AVC, também conhecido como Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), com a finalidade de conscientizar as pessoas sobre as formas de prevenção da doença cerebral que mais mata no Brasil.

O AVC também é conhecido popularmente por “derrame cerebral” e acontece quando há uma obstrução em um dos vasos sanguíneos presentes no cérebro.

O Acorda Cidade conversou com a médica neurologista Renata Nunes, que detalhou como a doença pode atingir o ser humano e, enfatizou que existem dois tipos de AVC. (Ouça a entrevista na íntegra, no final da matéria)

Médica Neurologista
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“O AVC é um comprometimento do fluxo de sangue para o cérebro, ele pode acontecer por duas causas principais, pode ser um AVC que a gente chama de isquêmico, que é quando um trombo ou alguma obstrução daquele fluxo acontece e, o sangue não consegue chegar para irrigar o cérebro. Mas também pode acontecer de algum vaso sanguíneo cerebral se romper e ocorre o sangramento, uma hemorragia cerebral. Os dois são muito graves, tanto um quanto o outro há um comprometimento do cérebro, mas dependendo do tamanho da localização do AVC, o isquêmico pode ser mais grave que o hemorrágico ou hemorrágico pode ser mais grave do que o isquêmico, tem muito mais haver com tamanho, com a localização ,do que com o tipo especificamente”, explicou.

Quais fatores de risco e sintomas que o AVC pode causar?

De acordo com a médica Renata Nunes, dificuldade na fala e no movimento de um dos lados do corpo, podem ser um dos sinais de alerta para o AVC.

“O paciente pode perder a fala, pode perder a capacidade de movimentar um dos lados do corpo, pode ficar restrito ao leito, incapaz de se comunicar, de interagir, de compreender o que é que está acontecendo ao redor ou pode ser uma coisa menos intensa, como uma tontura grave, uma fala mais pesada, arrastada e que depois melhora, depende muito da gravidade. Existem vários fatores de risco, os principais são hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, história familiar de AVC, os indivíduos mais idosos também tem uma predisposição maior em ter AVC, embora indivíduos de qualquer faixa etária possam ter, uma vez que hoje a gente tem visto cada vez mais frequentes pacientes jovens com o sedentarismo, além do estresse, que está entre os fatores de risco, e um dos mais importantes, é o tabagismo”, afirmou.

Como identificar que uma pessoa pode estar tendo algum tipo de AVC?

Ao Acorda Cidade, a médica neurologista explicou que existe uma técnica muito simples que pode ser utilizada com qualquer pessoa e a qualquer momento.

“A gente sempre fala para a população, que saber identificar, saber reconhecer os sinais e procurar o atendimento imediato, é muito importante, porque o AVC tem uma janela de tempo na qual ela pode definir alguns tratamentos que podem mudar totalmente a evolução do paciente. Então se o paciente tem algum sinal ou sintoma que está tendo um AVC, ele precisa procurar o atendimento imediato, os sinais mais importantes são fala embolada, fraqueza do lado do corpo, alteração de sensibilidade, a gente gosta de utilizar uma regra básica que é o ‘Samu’. Se você tem uma pessoa do seu lado que você suspeita que ela pode estar tendo um AVC, pede para ela dar um ‘Sorriso’, se a boca tiver torta para um lado pode ser um AVC, letra A, ‘Abrace’, estende os braços para frente como se fosse dar um abraço, se um braço cai e fica fraco, não consegue levantar como o outro, pode ser um AVC. A letra M é de ‘Música’, peça para a pessoa cantar uma música, se a fala está pesada, embolada, pode ser um AVC, e o U de ‘Urgente’ chame, o Samu e peça ajuda”, detalhou.

Segundo a médica Renata Nunes, o paciente que está com suspeita de AVC, pode ser encaminhado diretamente para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA).

HGCA
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“O Clériston Andrade não é o hospital porta aberta para muitos serviços, a maioria dos pacientes, são referenciados de Unidade Pronto Atendimento, então o atendimento inicial é nas UPAs, para depois o paciente ser transferido para o HGCA. Mas no caso do paciente que tem a suspeita de AVC e, que está nas primeiras 4 horas e meia após o início do sintoma, ele pode e deve ser atendido imediatamente preferencialmente no Clériston Andrade”, disse.

Tratamento

Ao Acorda Cidade, a neurologista explicou que em certos casos, não há a necessidade da intervenção cirúrgica.

“Algumas condições de AVC, pode haver indicação cirúrgica, a grande maioria delas não há indicação, mas em casos de AVC hemorrágico, alguns AVCs isquêmicos maiores, pode haver a necessidade do procedimento. Um dos tratamentos mais efetivos para o AVC, é a trombólise, que é um medicamento que a gente utiliza para ajudar a dissolver o trombo e garantir que o sangue volte a atuar naquela área que estava chegando com dificuldade ou que não estava chegando. Este tratamento pode ser administrado até 4 horas e meia do início dos sintomas, depois disso, o risco do paciente é muito alto e a gente não indica a fazer esse procedimento”.

Somente neste ano, cerca de 600 casos de pacientes com AVC já foram registrados no HGCA, em Feira de Santana.

“Nós temos um número muito elevado de paciente. A nossa média a cada ano internados com Acidente Vascular Cerebral foi em torno de 800 e, neste ano, até a metade do ano, nós registramos quase 600 casos de AVC. A gente tem visto no mundo todo que este perfil tem se repetido e o AVC tem acontecido com mais frequência em paciente mais jovens, as vezes pacientes que não possuem nenhum tipo de comorbidade”.

Orientações

Para a médica neurologista, é necessário que o paciente mantenha o acompanhamento com mais frequência, utilizando os medicamentos recomendados e, principalmente, praticando atividades físicas.

“Primeiro e extremamente importante: mantenha um acompanhamento médico regular, faça exames periódicos, você que é hipertenso, use as medicações regulamente, mantenha acompanhamento com seu médico, trate se for diabético, identifique da forma mais cedo possível. Por isso que as consultas regulares são importantes, porque tanto pressão alta quanto a diabetes, podem ser doenças silenciosas e tem um risco elevado de AVC, então manter um acompanhamento regular, para cuidar dessas condições que aumentam o risco, é extremamente importante. Outra recomendação que é muito significativa, é de manter a prática regular de atividades físicas, a prática de 30 minutos por dia, 5 dias por semana, pode reduzir o risco da pessoa ter um AVC em quase 25%. Isso é muito bom, reduz colesterol, reduz glicemia, melhora o controle de pressão arterial, não fume, tenha uma vida saudável, evite condições estressantes de forma contínua e tudo mais, é viver da melhor forma possível e se cuidar”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Ouça a entrevista na íntegra:

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários