Nos dias de hoje e em tempos de avós cada vez mais descolados, vaidosos e antenados com as novas tecnologias, os cuidados com a saúde devem sempre estar em primeiro lugar. Apesar da ênfase numa série de cuidados físicos e de estética, a nova geração de avós, cuja data se comemora em 26 de julho, geralmente desconhece ou deixa em segundo plano o fato de que a voz também envelhece e passa por mudanças.
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A condição é chamada de presbifonia, traz perda de volume e potência vocal e merece muita atenção. De acordo com o otorrinolaringologista André Apenburg, da Otorrino Center, empresa que integra o Grupo H+Brasil, uma das maiores holdings de saúde com multiespecialidades do país, o envelhecimento natural da voz ocorre geralmente a partir dos 65 anos, mas seu início, grau e desenvolvimento dependem das predisposições genéticas, de saúde geral e de uso vocal ao longo da vida, assim como das condições emocionais e ambientais, entre outros fatores.
Para o especialista, o envelhecimento e a alteração da função vocal acontecem porque a laringe, órgão onde é produzido o som por meio da vibração das pregas vocais e do ar que vem dos pulmões, é a principal estrutura afetada. Com isso, a voz vai perdendo flexibilidade, resistência e força, ficando mais fraca e rouca. “A presbifonia é resultado do enrijecimento e da desidratação das pregas vocais, da calcificação das cartilagens e da atrofia dos ligamentos que promovem a articulação entre as diversas membranas e músculos da laringe, além da redução do muco que lubrifica o órgão e da capacidade pulmonar”, explica.
O médico André Apenburg alerta que maus hábitos podem intensificar ou estimular o aparecimento precoce da presbifonia, principalmente aqueles que causam problemas na função respiratória, como o tabagismo, além da ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, que pode aumentar o refluxo de ácido do estômago e lesionar a laringe. Outros quadros de doenças pulmonares obstrutivas, como bronquite e enfisema, também causam a redução de volume respiratório para inspiração e, portanto, acabam por prejudicar a emissão da voz, que sai com mais dificuldade e menos amplificada. Também são vilões da voz as doenças vasculares, musculares e neurológicas degenerativas.
Segundo o otorrinolaringologista, o controle do peso, além de trazer diversos benefícios, é outro importante fator para garantir a saúde vocal, pois a obesidade dificulta a respiração, o que compromete a qualidade da voz devido à sobrecarga pulmonar. “Entre as principais dicas saudáveis para manter-se distante da presbifonia e retarda-la é realizar exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida e natação, pois essas atividades conseguem potencializar a capacidade respiratória pulmonar”, confirma André Apenburg, para quem o envelhecimento das pregas ou músculos vocais é muito mais evidenciado em pacientes sedentários.
Existem alguns sinais de alerta para que um otorrinolaringologista seja consultado, como, por exemplo, rouquidão persistente, cansaço e dificuldade para emitir sons e dor muscular no pescoço pelo excessivo esforço vocal. Sintomas secundários, como pigarro ou sensação de corpo estranho na garganta, também devem ser levados em consideração. Embora naturais e esperados, distúrbios hormonais das mulheres na menopausa e dos homens na andropausa podem gerar alteração de voz, e também necessitam de acompanhamento.
Entre os tratamentos disponíveis, além dos medicamentosos para combater a causa da presbifonia, destacam-se intervenções cirúrgicas na laringe, com a inclusão de substâncias como ácido hialurônico, técnicas de fonoterapia e até o canto, de forma individual ou em corais, especialmente quando há acompanhamento com um professor, que irá assegurar uma prática saudável, com exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal e colocação correta de voz.
Algumas dicas para manter a voz sempre saudável:
· Beba água frequentemente e evite a exposição excessiva ao ar condicionado
· Reduza a ingestão de cafeína e evite alimentos condimentados, chocolates, leite e seus derivados
· Não fume e reduza o consumo de bebidas alcoólicas. Evite pigarrear
· Evite falar muito alto e em excesso, mantendo um tom de voz habitual, e longe de ambientes ruidosos
· Opte por roupas que não apertem a região do pescoço, tórax e abdômen
· Mantenha uma postura corporal adequada ao falar
· Pratique exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal sempre que possível
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