Nesta quarta-feira, dia 31 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Orgasmo. A data tem o objetivo de sensibilizar, quebrar tabus que ainda prevalecem na sociedade e também acabar com os estigmas sobre o prazer sexual, assunto pouco debatido e que muita gente ainda tem diversas dúvidas.
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O que pode interferir para chegar ao orgasmo? Orgasmo e ejaculação são a mesma coisa? Fazer uso de medicamentos para estimular a sexualidade é bom ou pode causar problemas para uma boa relação sexual? Para responder esses e outros questionamentos, conversamos com a psicóloga e sexóloga Laís Dourado, que começa com uma definição sobre o orgasmo.
“O orgasmo, a gente chama de final de festa na hora do sexo. Pode ou não acontecer, apesar de todo mundo achar que é obrigatório que aconteça para o sexo valer a pena, mas não é. O orgasmo é um reflexo do corpo. Quando se tem muito estímulo, que chega em um ponto que o corpo fala pra voltar ao estágio inicial, e aí tem ali aquela descarga de energia, que pode ou não causar uma satisfação emocional. Mas sem o orgasmo, não significa que a festa não foi boa”, destaca Laís Dourado em entrevista ao Acorda Cidade.
De acordo com a especialista, existem situações que podem interferir em chegar ou não ao orgasmo. Ela exemplificou alguns casos comuns que chegam ao consultório, como casos de transtorno depressivo, transtorno de ansiedade, além de pessoas que tomam alguns tipos de medicamentos.
“Alguns medicamentos realmente interferem na questão do orgasmo, mas a gente vê muito mais causas que são psicológicas, ou seja, que tem origem no aprendizado de vida da pessoa sobre o sexo ou alguma barreira psíquica que impede a pessoa de chegar até esse ápice”, explicou.
Laís Dourado destaca ainda que a sexualidade é um ponto importante para a saúde e que o orgasmo é um estado de prazer que vai somar para que a pessoa se sinta satisfeita com a própria vida e também com o corpo.
Orgasmo x ejaculação
De acordo com a sexóloga, muitos homens confundem orgasmo com ejaculação, mas ela salienta que são coisas diferentes. Conforme explicou, orgasmo é a satisfação, é o ápice que chega numa satisfação física e também emocional. Já a ejaculação é o processo pra reprodução, que se configura na saída do sêmen.
“O homem acha que se ejaculou é porque teve orgasmo, e nem sempre isso acontece. Muitas vezes o homem fica satisfeito porque enxergou a ejaculação, mas não necessariamente ali ele teve o orgasmo. Essa confusão faz com que a maioria dos homens fiquem muito satisfeitos, porque eles aprendem, desde novos, a como chegar até essa ejaculação”, afirmou.
Mulheres x orgasmo
Já com relação às mulheres, Laís diz que poucas aprendem a ter orgasmo, já que poucas conhecem seu próprio corpo, pois não são incentivadas em relação ao conhecimento do próprio prazer.
“Poucas aprendem a sentir prazer durante a vida, pois a mulher quase não se toca, a mulher tem muita dificuldade de se soltar na hora do sexo, então tem muita dificuldade de se conectar na hora do prazer. A mulher sofre muito em não saber o que é o orgasmo ou em ter uma dificuldade muito grande nas relações para chegar lá. Até porque a mulher não sabe se responsabilizar pelo próprio orgasmo. Ela não é preparada para isso, não é ensinada, enquanto os homens, desde novos, aprendem”, destacou.
A psicóloga observou ainda que muitas mulheres chegam na hora do sexo com várias preocupações na cabeça, esperando que o homem seja o condutor. Ela ainda cita os relacionamentos entre as mulheres lésbicas e destaca que a penetração não é o estímulo principal no sexo para as mulheres.
“Mulheres lésbicas são, nas pesquisas, as que mais chegam até o orgasmo. Isso porque elas estão conectadas com uma satisfação sexual do corpo inteiro. E não somente com a penetração. A penetração para o prazer feminino não é a parte mais importante e sim um complemento”, afirmou.
Efeito nocivo do uso inadequado de medicamentos
A sexóloga também fez um alerta importante sobre o uso inadequado de medicamentos, com o objetivo de estimular a sexualidade. Segundo ela, não só idosos, mas também muitos jovens estão fazendo uso desses medicamentos, o que pode ocasionar efeitos nocivos para a saúde do homem.
“Não é pra ninguém tomar remédio que o médico não mande. Todo estimulante sexual tem que ser avaliado pelo urologista. O medicamento pode ser usado na terapia sexual, mas para pessoas que têm dificuldade. Então se você não tem dificuldade sexual, não use, pois pode causar uma dependência emocional, pode desencadear uma disfunção erétil. O remédio não vai funcionar se você não tiver nem desejo ou se sua ansiedade estiver muito alta”, alertou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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