Nesta segunda-feira, 14 de abril, comemora-se o Dia do Neurocirurgião. A data é uma oportunidade importante para reconhecer o trabalho realizado por profissionais médicos que enfrentam desafios diários para salvar a vida de pacientes com doenças neurológicas.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o neurocirurgião Dr. Márcio Brandão, coordenador da área de Neurocirurgia do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) em Feira de Santana, falou sobre os desafios da profissão, que, segundo ele, exige muito empenho e dedicação pessoal.
O médico possui uma vasta experiência no campo da neurocirurgia e é considerado uma das referências na área. Márcio Brandão foi responsável por montar a ala de neurocirurgia do Hospital Roberto Santos, em Salvador, onde realizou a primeira cirurgia neurológica em 5 de abril de 1982. Após a merecida aposentadoria, prestou serviço no Hospital Geral do Estado (HGE) até receber o convite para atuar no Clériston.
“No primeiro momento, eu fiquei um pouco receoso, porque já tenho quase 70 anos, são 110 quilômetros para ir e voltar. Mas, hoje, tenho certeza de que Deus faz tudo muito bom. Porque aqui no Clériston, estou tendo condições de fazer aquilo que sempre sonhei: transformar um hospital em referência na Neurocirurgia da Bahia”, disse o médico.
Os Neuros no Clériston
Brandão explicou que o Hospital Clériston Andrade é um terreno fértil para a profissionalização de novos neurocirurgiões. A unidade realiza cerca de 150 cirurgias neurológicas por mês, atendendo, em média, 121 municípios da região.
“O número de acidentes, não só de Feira de Santana, mas de todas essas cidades, é grande. E essa é, disparadamente, a primeira causa, representando 40% das nossas cirurgias. Das outras 60%, os tumores cerebrais estão na faixa de 35%. E isso nós conseguimos, inclusive, ajudar a Secretaria de Saúde, trazendo pacientes de Salvador para operar aqui no Clériston. Depois, têm as cirurgias vasculares, que são os aneurismas, os AVCs, as complicações de nervo periférico e as de tumores complexos”, disse.
Cirurgia Acordado
A medicina, de modo geral, é uma ciência que anda de mãos dadas com a inovação. Em entrevista ao Acorda Cidade, o médico Márcio Brandão falou sobre um dos procedimentos mais inovadores que os neurocirurgiões estão realizando no HGCA: a cirurgia com o paciente acordado.
“A cirurgia acordada são cirurgias realizadas em pacientes que têm lesões, em geral, tumores cerebrais, nas áreas consideradas mais nobres. Por exemplo, a área que permite à pessoa falar ou movimentar um lado do corpo. Essas cirurgias feitas com os pacientes acordados permitem que eles tenham um melhor resultado, porque, enquanto ele está acordado, conversando, você vai tirando o tumor e, se tiver alguma dificuldade, pode falar para mexer ali e passa para o outro lado”, disse.
Um incentivo para a carreira
No alto de toda a sua experiência, o médico que atua na área há mais de 40 anos, direcionou uma palavra de incentivo aos colegas de profissão e aos futuros profissionais da área da medicina dedicada à neurocirurgia.
“A neurocirurgia constantemente está se atualizando, participando de cursos, de eventos, a equipe o tempo inteiro viaja e participa e faz novos cursos. A neurocirurgia é uma especialidade muito dura, muito longa, que exige um investimento pessoal muito grande para ser atingido. E aos colegas que estão no interior da Bahia, eu queria dizer que nós estamos conversando com a Secretaria de Saúde para que vocês tenham condições semelhantes às que nós temos no Clériston”, concluiu o médico.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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