Saúde do Coração

Dia do Cardiologista: mudar estilo de vida dos pacientes é o principal desafio, diz especialista

Para celebrar esta data, o Acorda Cidade conversou com Germano Lefundes, médico cardiologista, apaixonado pelo que faz.

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Foto: Freepik

Nesta quarta-feira (14) é celebrado o Dia do Cardiologista, médico especialista responsável pelos cuidados do coração. Para celebrar esta data tão crucial para vida humana, o Acorda Cidade conversou com o doutor Germano Lefundes, cardiologista, ecocardiografista e médico geral, apaixonado pelo que faz. Seja dentro do consultório ou nas suas redes sociais, Germano leva mais saúde e informação aos seus clientes e seguidores.

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Ao Acorda Cidade, ele contou que sempre teve curiosidades relacionadas ao coração, o que o motivou a se especializar na área. O doutor é formado pelo Hospital Universitário Professor Edgard Santos, vinculado também ao Hospital Ana Nery, ambos em Salvador, e que conforme ele, são referências na saúde do órgão, mas já atuou em várias unidades do estado.

Cardiologista - Germano Lagundes - ft Paulo José acorda cidade
Germano Lagundes | Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Sempre tive muita curiosidade em relação ao coração. Coração é aquele órgão que te chama atenção desde sempre. Ele pulsa quando você se emociona, quando você fica triste, você sente aquela sensação de aperto”. 

Para ele os desafios são diários, a começar pela necessidade de estar em constante atualização da profissão.   

“A gente procura sempre trazer o que tem de mais novo no Brasil e no mundo para o paciente e a cardiologia é uma das áreas que mais produz ciência, que mais produz estudos, esse é o primeiro desafio, está sempre atualizado. Mas também na nossa prática há o desafio de fazer prevenção cardiovascular, da doença cardiovascular. É o grupo que mais mata no mundo, infarto, acidente vascular cerebral, são as principais doenças que trazem risco a vida do paciente, que mais matam e que também deixam mais sequelas”. 

Germano defende que não dá para prevenir um infarto depois que ele aconteceu. É preciso agir precocemente, portanto, esse é o maior desafio dos cardiologistas e seus pacientes. 

“Conscientizar os pacientes a adotarem um estilo de vida mais saudável para fazer e para aquelas pessoas que já tem alguma patologia como hipertensão, diabete, um colesterol alto, fazer com que eles adquiram ao tratamento, sigam a recomendação de utilizar a medicação regularmente para que eles possam obter um efeito de proteção”. 

A primeira recordação que ele teve vem do período em que era estudante na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e precisou ir até o hospital para ter aquele primeiro contato com os pacientes.

“Aquele que eu posso chamar de meu paciente número um foi um paciente que não tinha nada a ver com a parte cardiológica, mas ao longo da minha formação, eu comecei a ter contatos de maneira mais intensiva ainda durante a faculdade na época do internato, no Hospital Santa Isabel, esse foi um segundo fator que contribuiu para que essa vontade de virar cardiologista aflorasse. Lá eu tive grandes mestres e o amor pela cardiologia cresceu muito”. 

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Foto: DC Studio/Freepik

Germano destacou uma gama de patologias frequentes em seu consultório, doenças silenciosas como a hipertensão, diabete, o colesterol alto, causadas por situações de sedentarismo, tabagismo, obesidade, má alimentação, uso de tóxicos como bebida em excesso, que são fatores de risco associados às doenças cardiovasculares. 

“É desafiador para o cardiologista abordar, exatamente porque para as patologias que citei geralmente não há sintomas ou os sintomas vão acontecer numa fase mais tardia de adoecimento. O nosso grande desafio é fazer com que as pessoas percebam necessário mudar para que possam usufruir de uma vida longa e livre de risco. Viver é muito bom, mas a gente precisa focar lá na frente, em uma vida com independência, com qualidade, não basta viver muito e viver em cima de uma cama, numa cadeira de rodas, o desafio do cardiologista é de fato mudar o estilo de vida e mudar o entendimento das pessoas em relação às patologias”. 

Começar pela alimentação é uma boa maneira de reeducar hábitos ruins. Segundo o doutor, existem alguns alimentos mais saudáveis que podem, sim, fazer bem ao coração. É aquela boa frase, “beba uma água, coma uma fruta” ou “desembale menos e descasque mais”. 

“Se eu preferir frutas, verduras, se eu inserir o consumo de alimentos integrais na minha alimentação, eu vou conseguir ser mais saudável. E é muito mais fácil definir quais são aqueles alimentos que têm um papel muito prejudicial, tudo que é muito processado, que é industrializado e que você não conseguir olhar aquilo e identificar a origem. É um alimento ultraprocessado e vai te fazer mal”.

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Foto: Gpointstudio/Freepik

Ele ainda indica: “Começa primeiro cortando alimentos ultraprocessados, foca também na quantidade que você está consumindo. Não adianta ser saudável e você comer muito, é preciso comer uma quantidade adequada, selecionando alimentos que são melhores do que outros”. 

Um dos principais vilões da saúde cardiovascular é a gordura saturada encontrada em muitos alimentos industrializados. 

“Porque na minha opinião o primeiro problema não é necessariamente o que você come. Gordura saturada faz muito mal para o coração, então vale a pena escolher carnes mais magras para poder comer no dia a dia, evitar alguns grupos de alimentos industrializados ricos em gordura trans, que também é muito prejudicial”. 

Germano ainda ressalta que isso não significa que você deve abrir mãos das coisas que você considera saborosas, mas sabe que é prejudicial. O equilíbrio na alimentação é chave para não se restringir e sim, se reeducar.

“Precisamos encontrar um equilíbrio. Eu posso comer um churrasco? Sim, mas eu não preciso fazer isso frequentemente todo final de semana. Eu vou eleger alguns momentos, porque a ideia que nós temos hoje, é de que precisamos usufruir dos momentos, de experiências e não necessariamente chegar em um determinado ambiente e comer e beber em excesso”. 

Para acompanhar o trabalho de Germano Lafundes, siga @germanolefundes.cardio

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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