Acorda Cidade
Aos 30 anos, a estudante do nono semestre do Curso de Direito da Ufba, Gilraci Andrade, sonha com a carreira acadêmica e já se prepara para a segunda fase da prova da OAB. Além de estudar, adora leitura, teatro, festas populares e pratica capoeira. Seu exemplo mostra como é possível ter qualidade de vida na presença do diabetes. Diagnosticada com diabetes tipo 1, aos 21 anos, mantém o controle da doença com muito cuidado. “A única coisa que o diabético tipo 1 não pode fazer é produzir insulina”.
Para melhor benefício da insulina, a estudante mantém mapas de controle glicêmico com rigor, o que é imprescindível para a avaliação do médico. Por dia, Gilraci faz seis aplicações de insulina e encara tudo com tranquilidade. “Já fiz as pazes com as agulhas”, declara.
Insulina, a grande revolucão
Gilraci e todas as pessoas com diabetes tipo 1, no planeta, podem ter expectativa de vida como a população em geral por causa da insulina.
Antes da descoberta da insulina, cujo centenário se celebra este ano, o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 ( criança e adulto jovem), era uma condenação à morte. Da descoberta – de Frederic Banting e Chrales Best, da Universidade de Toronto (Canadá) em 1921- até hoje, foram muito avanços.
“Uma verdadeira revolução no tratamento. E as pesquisas continuam para se chegar à insulina de uso oral ou por inalação nasal”, pontua Reine Chaves, diretora do Cedeba.
Com a insulina, pessoas com diabetes tipo 1 ( usam desde o diagnóstico) e os do tipo 2, podem levar vida normal. Além da aplicação correta, é preciso também fazer exercícios físicos e ter alimentação saudável.
O diabetes tipo 1 (criança e adulto jovem) é de origem autoimune e se manifesta de forma abrupta e o do tipo 2, que representa 90% dos casos – é silencioso. É preciso ter cuidados para evitar as principais complicações associadas à doença como pé diabético, retinopatia e nefropatia, que se manifestam em ambos os tipos.
O Cedeba
O Cedeba faz a dispensação regular da insulina para os usuários, que vão desde as insulinas convencionais como as NPH e regular, bem como os análogos de insulina de ação basal até as de ação rápída. No caso dos análogos de insulina, indicados principalmente quando o diabetes é de dificil controle, com manifestações de hipoglicemia durante o sono , a Bahia saiu na frente. Por meio de um protocolo que estabelece critérios para a dispensação, os análogos de insulina são garantidos não só aos usuários do Cedeba , mas a qualquer cidadão da Bahia. Atualmente possui um atendimento médio mensal, para insulinas convencionais, de 885 pacientes e de 1950 pacientes para análogos. São dispensadas, em média, 6.350 canetas de insulina análoga da ação basal.
O trabalho da enfermagem
A equipe de enfermagem tem um papel muito importante para ensinar a prática segura na aplicação da insulina, como destaca a enfermeira e coordenadora de Educação em Diabetes e Apoio à Rede (Codar), do Cedeba, Graça Velanes.
“Trabalhamos com o propósito de empoderar a pessoa para realizar a aplicação de insulina de forma correta, afim de manter as glicemias o mais próximo das metas estabelecidas e prevenir complicações agudas e crônicas e promover a autoconfiança das pessoas insulinizadas”.
Segundo a coordenadora da Codar, a educação é fundamental para a qualidade de vida da pessoa com diabetes e a integração de toda a equipe de saúde fortalece os processos de autocuidado e autogestão. “Insulina é vida. A preservação da vida com qualidade é fundamental”, destaca.
Ascom/Sesab