O Dezembro Laranja, campanha anual de conscientização sobre o câncer de pele, chama atenção para a importância de aproveitar o sol com responsabilidade. Embora a luz solar seja essencial para a produção de vitamina D, o descuido com a proteção e práticas como o bronzeamento artificial aumentam significativamente o risco de câncer de pele, tipo mais comum no Brasil e que representa cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Para a dermatologista Louise Chateaubriand, do Hospital Mater Dei Emec de Feira de Santana, “a exposição solar moderada e protegida é importante para a produção de vitamina D, que auxilia na saúde óssea e imunológica. No entanto, a falta de proteção pode causar danos cumulativos, como envelhecimento precoce e câncer de pele”, alerta.
Ela também reforça que o bronzeamento artificial, classificado como cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é um dos principais fatores de risco para o melanoma. “O uso de câmaras de bronzeamento antes dos 35 anos aumenta em 75% a chance de desenvolver a forma mais agressiva de câncer de pele”, explica.
Apesar de hoje em dia ainda existirem de forma irregular, o bronzeamento artificial é proibido no Brasil desde 2009. “A Anvisa proibiu porque aumenta muito o risco de carcinoma espinocelular e também de melanoma, que é um câncer de pele que pode ter um prognóstico pior e sofrer metástase. Então comprovadamente esse tipo de bronzeamento é cancerígeno e proibido, mas infelizmente ainda existe”, lamentou a médica.
A especialista conta que para quem deseja muito ter um corpo bronzeado, mas não quer correr riscos, existe um produto autobronzeador que, aplicado na pele, reage com a epiderme e gera um pigmento falso, que dá a sensação de bronze. “Contudo, não existe nenhum tipo de bronzeamento estimulado pelo sol que seja saudável”, completou Chateaubriand.
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Segundo o cirurgião oncológico Ramon Macedo, também do EMEC, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para combater o câncer de pele. “Quando identificada nos estágios iniciais, a doença tem altas taxas de cura. O tratamento pode incluir desde a remoção cirúrgica de lesões até terapias avançadas, como imunoterapia, para casos mais graves”, esclarece. Ele acrescenta que os avanços nos tratamentos oferecem novas esperanças para pacientes, inclusive para aqueles com melanoma em estágio avançado.
Prevenção é prioridade – Os especialistas destacam a prevenção como a melhor forma de combater o câncer de pele. O uso diário de protetor solar, roupas que cobrem a pele com proteção UV, chapéus e óculos escuros, além de evitar o sol entre 10h e 16h, são medidas fundamentais. Consultas regulares ao dermatologista também são indispensáveis para identificar lesões suspeitas.
Quanto ao diagnóstico, a atenção a sinais como manchas ou pintas que mudam de cor, forma ou apresentam sangramento é fundamental. A regra do ABCDE pode ajudar os pacientes a desconfiar do problema. “A de assimetria, B de bordas irregulares, C de cores variadas, D de diâmetro acima de 6mm e E de evolução no tamanho ou na aparência. Todas essas são características que podem indicar lesões preocupantes e merecem atenção médica”, explica a Drª Louise.
“Ao notar qualquer alteração, é fundamental procurar um especialista para avaliação”, reforça Ramon Macedo. No diagnóstico precoce, ferramentas como a dermatoscopia e a biópsia são fundamentais para determinar o tipo de lesão e planejar o tratamento mais adequado.
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