Feira de Santana

Covid-19: número de coleta de exames em Feira de Santana aumentou para cerca de 50 por dia

O número de registro de infectados não tem aumentado só por conta da testagem maior, mas também porque há muitos casos na cidade, muitos deles comunitários.

Andrea Trindade

A média de coleta de exames, por meio do serviço público, para testagem de covid-19 em Feira de Santana, aumentou para cerca de 50 por dia. A informação é da médica infectologista Melissa Falcão, em entrevista coletiva online. Essas coletas são enviadas para o Laboratório Central da Bahia (Lacen) e para o Instituto de Virologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Antes, a média era de 20 coletas diárias.

Segundo ela, o número de registro de infectados não tem aumentado só por conta da testagem maior, mas também porque há muitos casos na cidade, muitos deles comunitários.

“A gente não tem um quantitativo de quantos testes estão sendo feitos em laboratórios privados porque eles nos enviam diariamente apenas as análises positivas. Então, temos apenas o número de pacientes com casos positivos, destes exames que estão sendo realizados. Em relação aos exames dos serviços públicos, estamos coletando uma média de 50 exames por dia, que é considerada uma quantidade alta, e estamos fazendo no máximo de pessoas possíveis dentro dos critérios estabelecidos”, informou.

O prefeito Colbert Martins completou a informação da médica, afirmando que Feira de Santana é uma das cidades que mais testam.

Entre os laboratórios particulares, só o Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Feira de Santana (Hief), por exemplo, tem realizado cerca de 200 testes por dia, entre os testes de sorologia e os testes de pesquisa.

“Esse aumento no número de casos em maio, tanto se deve ao momento epidemiológico que vivemos, quanto a maior quantidade de testes já realizados, não só pelo município como laboratórios privados, que estão aí contribuindo nesses casos de diagnóstico laboratorial. E, além dos critérios realizados pelo Lacen, que a gente faz a coleta e encaminha pra lá, fizemos também parceria com o Instituto de Virologia da Ufba, e também estamos encaminhando os pacientes que achamos necessários para a realização dos exames lá. É uma tentativa de ampliar, dentro da nossa possibilidade, a testagem da população”, explicou a infectologista.

Locais de contaminação

Quando um paciente tem a confirmação que está com covid-19 passa por um detalhamento completo feito pela Secretaria Municipal de Saúde em busca de informações sobre como a pessoa foi infectada, onde e por quem. No entanto, a cidade já conta com transmissão comunitária, e segundo a infectologista, muitas pessoas têm contraído a doença por conta de descuidos. Ela também destacou o crescimento de casos entre os mais jovens.

“Nós coletamos dados de todos os pacientes que confirmam positivo e, detalhadamente, buscamos um vínculo epidemiológico, contato com algum caso positivo ou locais por onde que eles circularam. Quando não tem vínculo, é considerado transmissão comunitária, e temos muitos casos assim e vimos esse aumento de número de casos, exatamente nesse período que começou haver transmissão já sustentada no município. Muitos casos me chamam a atenção. Por exemplo, eu tenho paciente de 24 anos que está internado sem nenhuma comorbidade em uma unidade privada da cidade e eu perguntei para ele: você estava fazendo o isolamento? Está trabalhando? Não, não estou trabalhando. Estava fazendo o isolamento? Eh… não muito. Então a gente vê um crescimento principalmente na faixa etária de 20 a 50 anos. As pessoas precisam ter a consciência de que um isolamento não é para sair para um jogo de futebol, juntar 100, 150 pessoas, não é para reunir as pessoas e ficar aglomerando. Então, o fator principal disso, não é o trabalho que a pessoa está realizando e sim a falta de cuidado no momento que está circulando em geral ou em lazer, às vezes até sem necessidade”, concluiu.

Critérios para os exames da Covid-19

Conforme explica a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no Sistema Único de Saúde (SUS), a coleta de amostras para a realização do exame RT-PCR, que é o padrão ouro para a identificação do genoma viral, deve ocorrer em cinco situações: pacientes internados com suspeita de coronavírus, independente da gravidade; pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); profissionais de saúde com síndrome gripal suspeitos de Covid-19 ou que tenham tido contato com casos confirmados de coronavírus, mesmo que assintomáticos; pacientes que foram a óbito com suspeita de Covid-19, cuja coleta não pôde ter sido realizada em vida; e em indivíduos institucionalizados durante investigação de surtos da doença.

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