Gabriel Gonçalves
O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) já registrou durante todo o ano de 2020, 1.128 entradas de pacientes idosos relacionada a quedas. Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora de Emergência da unidade hospitalar, Hélvia Fagundes, informou que esse tipo de ocorrência está sendo frequente, principalmente com a fratura do fêmur.
"A fragilidade nos ossos dos idosos se deve pela perda de massa óssea ficando mais poroso, gerando assim a facilidade de uma fratura. O fêmur é uma das regiões mais comuns de fraturas quando estes idosos sofrem algum tipo de queda."
De acordo com a coordenadora, existem fraturas que podem gerar mais complicações para o paciente, aumentando a gravidade do caso.
"A fratura do fêmur causa dor e imobilidade do paciente ficando restrito na cama, não podendo levantar, não conseguir caminhar, e isso gera uma série de complicações em cima do próprio leito. Desta forma, o paciente corre o risco de ter uma trombose e infecções pulmonares, pois ele fica muito tempo acamado acumulando secreções nos pulmões e isso pode levar a casos fatais em alguns casos", explicou.
Por estarem com uma idade mais avançada, nem todas as cirurgias são feitas de imediato. Segundo a Coordenadora, alguns pacientes idosos já possuem outras doenças e após a cirurgia, é preciso fazer o processo de reabilitação.
"Precisamos fazer uma avaliação cardíaca para submeter esse paciente a uma cirurgia. Apenas a mobilização do local não será eficaz para o tratamento, o ideal é que seja feito o procedimento cirúrgico e logo depois inicie as sessões de fisioterapia como forma de reabilitação", destacou a coordenadora em entrevista ao Acorda Cidade.
Diariamente o HGCA recebe pacientes vítimas de queda conhecidas como "queda da própria altura", acidentes que acontecem dentro da própria residência. Hélvia Fagundes informou que estas quedas geralmente são provocadas por um tapete mal posicionado, objetos pequenos no percurso que o idoso faz e orienta que barras de proteção sejam colocadas dentro dos banheiros, principalmente nas áreas de piso molhado.
"A gente sabe que é difícil, mas o ideal é que possamos ter sempre uma vigilância com esses idosos. Sempre que possível, uma pessoa por perto para dar um auxílio, evitar objetos que possam enganchar no pé desse idoso como tapetes, capas de sofá, e cortinas, além da colocação de barras de proteção, seja no banheiro, ou em outras partes da residência", finalizou.
Sobre este assunto, o Acorda Cidade também ouviu a geriatra Vanessa Arata, que explica o que causa a falta de firmeza nos idosos e diz como chegar na terceira idade com ossos fortalecidos.
"A falta de firmeza com os idosos, podem resultar em quedas e tonturas, e geralmente é multifatorial sendo causada pela fraqueza nas pernas e pela falta de condicionamento físico que causa o enfraquecimento de tendões e músculos. Essas fraquezas podem ser precipitadas pela falta de vitamina B12 e vitamina D. Já o desequilíbrio pode ser causado por tonturas e labirintites, diminuição da sensibilidade dos pés e geralmente acontecem com pacientes que têm diabetes", explicou.
De acordo com a geriatra, para chegar na fase da terceira idade com os ossos fortalecidos, é necessário fazer um trabalho preliminar ainda na infância.
"A orientação, é que desde a infância, as crianças possam sempre estar munidos de cálcio através do leite, praticando atividades físicas e principalmente atividades de impactos, pois esses impactos faz com que os ossos tenham uma renovação constante, tanto o cálcio, tanto outras células do corpo humano", destacou.
Um dos principais fatores para fratura de ossos na terceira idade, é a osteoporose. Segundo Vanessa Arata, esta é uma doença silenciosa e é preciso fazer uma investigação com estes idosos, pois existem pessoas que possuem algum tipo de fator de risco.
"Esses fatores seriam, a menopausa, o tabagismo e o uso crônico de corticoides. Recomendamos fazer atividades físicas como medidas para evitar as quedas e consequentemente as fraturas. Para os idosos com pouco condicionamento físico, inicialmente pode ser feito fisioterapias e alongamentos para melhorar a sensibilidade do corpo".
Ainda segundo a geriatra, após feita as sessões de fisioterapia, é preciso passar para o programa de fortalecimento dos músculos, principalmente da coxa.
"É necessário manter a rotina de exercícios em dias, pois o músculo parado corre o risco de atrofiar, além do uso de cálcio e vitamina D para pacientes com osteoporose", finalizou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.