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O chocolate possui cerca de 600 moléculas já identificadas, sendo que aproximadamente 50 delas são responsáveis por cativar nosso olfato com o aroma característico do alimento. Esse é um dos motivos pelo qual a indústria química ainda não conseguiu formular um chocolate artificial, fazendo com que o consumo do produto natural continue sendo elevado.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) de 2018 mostram que, durante o período de um ano, a média do consumo de chocolate chegou a 5,75 kg por habitante da Grande São Paulo, ultrapassando a média nacional de 2,83 kg por pessoa.
Segundo Marisa Coutinho, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de SP, essas grandes quantidades estão relacionadas à liberação de substâncias estimulantes do sistema nervoso por meio da ingestão do alimento.
Ao induzir a produção de substâncias que fornecem uma sensação de bem-estar e de felicidade, o chocolate atua como uma espécie de antidepressivo natural, propiciando momentos de prazer intenso.
Ainda de acordo com a nutricionista, o chocolate costuma ser visto como um vilão, por conta da grande quantidade de gordura saturada e de açúcar que ele tem em sua composição. “O maior problema é a quantidade a ser ingerida, uma vez que o alimento também contém nutrientes e vitaminas que fazem bem ao organismo, como manganês, cobre, magnésio, ferro, fósforo, cálcio e potássio, e das vitaminas A, D, E e as pertencentes ao Complexo B. Para saber a quantidade recomendada que cada um deve ingerir, o ideal é consultar um profissional de nutrição”, explica.
Saiba mais sobre os tipos de chocolates e suas composições:
Chocolate branco: contém leite, açúcar e manteiga de cacau, mas não leva a massa de cacau, portanto tem muito mais açúcar e gordura em sua composição e não acrescenta nenhum benefício à saúde.
Chocolate amargo: contém massa de cacau que varia de 50% a 100%, manteiga de cacau e açúcar. Quanto maior o teor de cacau, mais amargo, menos manteiga de cacau e menos açúcar ele terá, ou seja, será mais puro, nutritivo e rico em fitoquímicos.
Chocolate ao leite: contém os mesmos ingredientes que o chocolate amargo, mas suas proporções são diferentes – leva menos massa de cacau, mais manteiga e açúcar. Ele ainda leva leite em pó para chegar à cor marrom clara, textura cremosa e sabor adocicado, além de maior concentração de açúcar e gordura, responsáveis pela cremosidade. Como tem menos massa de cacau, é pobre em nutrientes e fitoquímicos, logo não proporciona benefícios ao organismo como a versão amarga.
Dentro dos tipos acima, temos as variações:
Ao leite 0% açúcar – não contém açúcar em sua composição, sendo indicados para diabéticos. No entanto, deve-se ter atenção a quantidade ingerida, pois para compensar a falta de açúcar, ganha maior dose de gordura, sendo mais calórico do que o chocolate ao leite tradicional. Encontrado em tabletes, bombons e ovos.
Chocolate orgânico – o cacau utilizado nesse tipo de chocolate é orgânico, ou seja, é produzido sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, trazendo mais benefícios à saúde e ao meio ambiente. Há as opções ao leite, amargo e à base de soja.
Para pacientes intolerantes, temos as alternarivas:
Alfarroba: é uma alternativa ao chocolate, pois tem sabor bem similar e não causa compulsão alimentar. Ela é uma leguminosa da família do feijão e não contém alergênicos como glúten ou lactose. É rica em fibras e fonte de vitamina A. Já existem até opções de ovos de páscoa no mercado, uma ótima alternativa para quem sofre com compulsão, pois ela não contém estimulantes como a cafeína em sua composição. Ou seja, sacia a vontade do sabor sem causar o desejo da repetição.
À base de soja – é 100% vegetal, feito com extrato de soja, sem lactose ou glúten. Disponível em bombons, barras, ovos de Páscoa, esta guloseima é especialmente indicada para pessoas com intolerância à lactose e celíacos. A versão sem açúcar pode ser consumida por diabéticos.