Dia Mundial

Combate ao Câncer de Mama: mastologista destaca importância do apoio médico e familiar durante o tratamento

Segundo a especialista, após o tratamento oncológico, é necessário fazer um acompanhamento entre 5 e 10 anos.

Exame de Mamografia
Foto: Reprodução/Imagem ilustrativa/Secom Pará

O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama é celebrado nesta quinta-feira, 19 de outubro, mês que destaca a prevenção e diagnóstico precoce da doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é que mulheres sem sintomas ou sinais de doença, com idade entre 50 e 69 anos, façam a mamografia a cada dois anos.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com a médica mastologista Jéssica Portella, que explicou como se origina o câncer de mama.

“O câncer é muito presente na população e muitas pacientes têm medo. Então o Outubro Rosa é importante para que estas pacientes estejam com os exames em dias, pois o câncer de mama são células da nossa mama que se multiplicam de uma forma irregular, ou seja, elas crescem de uma forma rápida e provocam o aparecimento de um nódulo. Por este motivo, que sempre recomendo às pacientes a investigação. Um nódulo que você já tem por dois, três anos, é mais difícil deste nódulo desenvolver algo maligno, o que precisamos realmente investigar, são nódulos que aparecem de forma rápida, que crescem, então sentiu algo de diferente na mama, precisa procurar um mastologista para uma avaliação adequada”, afirmou.

Câncer de Mama
Foto: Divulgação/GBO

Segundo a médica, o diagnóstico de câncer de mama, atinge muito o emocional de uma paciente, seja pela saúde ou até mesmo a autoestima. Segundo ela, o acompanhamento médico, assim como apoio de familiares e amigos são questões fundamentais para que a doença seja enfrentada.

“O câncer de mama é um diagnóstico que pesa muito para a mulher, pois se pararmos para analisar, a mama mexe muito com a vaidade, mexe com a autoestima, então a partir do momento que você tem uma doença nesta região, estas pacientes ficam abaladas. No primeiro momento, eu sempre falo que é necessário a equipe médica dar o apoio a estas pacientes, a partir deste apoio, acredito que elas terão mais coragem, forças para fazer o tratamento. Assim que este diagnóstico for emitido, os profissionais devem encaminhar esta paciente para uma unidade de referência de oncologia ou encaminhar para um especialista, pois quanto antes iniciar este tratamento, melhor vai ser o prognóstico e qualidade de vida desta paciente”, disse.

Desafios

Um dos pontos destacados pela médica mastologista, é que muitos profissionais ao diagnosticarem a paciente, não explicam ao “pé da letra”, como os tratamentos poderão ser realizados.

“É comum muitos pacientes chegarem aqui e me questionarem: ‘Dra. o câncer é maligno?’ Então a gente sempre diz que o câncer é maligno, mas às vezes, não foi passado para esta paciente de uma forma mais clara do diagnóstico, muitas vezes chegam pacientes para começar o tratamento sem ter a certeza do que tem, então é necessário que o profissional explique o diagnóstico, o que é que vai ser necessário para o tratamento e que esta paciente possa entender e até mesmo, passar para os familiares. Eu sempre digo que cada etapa dos tratamentos, será uma dificuldade. Então temos a cirurgia, a paciente fica com medo de como vai ficar a mama, se vai ficar deformada, se as pessoas irão perceber, se vai ter condição de fazer uma reconstrução. Na quimioterapia pode demorar mais um pouco, ela pode ficar ansiosa se vai cair cabelo ou não, tem a radioterapia e pode ter queimaduras na pele, então tudo isso mexe com o psicológico desta paciente”, enfatizou.

Ao Acorda Cidade, a médica Jéssica Portella orientou que os pacientes acometidos com câncer, sejam acompanhados por uma equipe multidisciplinar.

“É importante que o tratamento seja multidisciplinar, então temos a colaboração por exemplo, da nutricionista, justamente para orientar a alimentação que seja mais equilibrada e que evite alimentos gordurosos ou ricos em açúcar. Durante a quimio, a paciente pode ter enjoo, perda de apetite, então é importante ter esta alimentação equilibrada e adequada para que elas não venham ter efeitos colaterais nem perda de peso, além da baixa imunidade. Paralelo a isso, a prática de atividade física ajuda na imunidade, faz até com que a paciente se desligue um pouco dos tratamentos, temos também a participação da área da psicologia, para que converse com o paciente a respeito do prognóstico, como ela está se sentindo, pois tudo isso são fatores que podem ter um impacto muito grande no tratamento”, relatou.

Segundo a mastologista, após o tratamento oncológico, é necessário fazer um acompanhamento entre 5 e 10 anos.

“Depois que termina todo o tratamento, a gente ainda mantém um segmento pelos próximos 5 até 10 anos. Durante este período, nós vamos fazer exames de imagens a cada seis meses, para continuarmos fazendo uma avaliação mais específica. Alguns pacientes vão ter a necessidade também, de tomar comprimidos de bloqueio hormonal, é uma forma complementar do tratamento, mas claro, tudo isso com uma alimentação equilibrada, exercício físico, pois um estudo mais recente, evidenciou que um dos fatores de risco para reincidir o câncer de mama, é justamente por não ter controle do peso, então são ações simples, que a paciente consegue ter um benefício muito grande na cura completa da doença”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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