Gabriel Gonçalves
Neste primeiro dia útil do ano de 2022, muitos pacientes estão enfrentando problemas antigos que se arrastam desde o mês de dezembro do ano passado, como a superlotação nas Policlínicas de Feira de Santana.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Desde às 9h desta segunda-feira (3), Karla Santos aguardava atendimento para a filha de apenas 8 anos de idade na Policlínica do bairro George Américo, mas até por volta das 15h, ainda não tinha sido chamada.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Eu vim trazer minha filha aqui que está sentindo muitas dores abdominais, vomitou a noite inteira e trouxe aqui para que o clínico pudesse avaliar, mas estou aqui dede às 9h e ainda não fomos atendidas. A gente sabe que tem clínicos que estão atendendo, mas ficam para lá e para cá, passeando, porque a verdade é essa. Dizem que as UPAs estão lotadas e não estão mais recebendo pacientes, então as pessoas estão se deslocando para as Policlínicas", disse.
A dona de casa Janete Ferreira, contou à reportagem do Acorda Cidade que o filho já está apresentando sintomas gripais há cerca de três dias. Eles que chegaram às 9h desta segunda, também não tinham sido atendidos até às 15h.
"Eu vim buscar atendimento para meu filho, ele apresentou essa virose aí, já está com três dias apresentando febre, dores no corpo, dor de cabeça, tossindo e chegamos aqui por volta de 9h, mas daqui a pouco já vai dar 15h e até agora nada. Eu espero que o secretário junto com outras autoridades, possam olhar para o povo que está sofrendo. Tem muita gente aqui para ser atendido, mas não tem equipe, isso não existe, uma unidade como essa, ter dois clínicos apenas e quando a gente vai reclamar, não gostam, chamaram logo a polícia. Quer dizer que o povo aqui só serve para eles, na hora de votar lá na eleição", declarou.
Sem conseguir atendimento em Serra Preta, dona Joélia Ribeiro, 70 anos, se dirigiu até a Policlínica do bairro George Américo na tentativa do filho ser atendido.
De acordo com ela, o filho, Eduardo Ribeiro, também está apresentando sintomas gripais, caracterizado pela virose.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Eu vim porque o posto de Pé de Serra não tem médico, e quando tem, precisa agendar e o caso do meu filho não é de agendamento, ele está cansando, tossindo, os pés estão ficando inchados, muito gripado e estamos aqui, aguardando o atendimento. Já realizaram o primeiro atendimento dele, mas agora mandaram aguardar, chegamos aqui por volta de 9h e nem almoçamos, não sabemos também o horário que vamos ser liberados, só estou vendo o povo chegando e colocando na nossa frente e a gente vai ficando para trás", disse.
Quem buscou atendimento médico na Policlínica do bairro Parque Ipê, também enfrentou os mesmos problemas.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Ao Acorda Cidade, Maria José da Silva explicou que já está apresentando os sintomas gripais há 20 dias, mas todos os medicamentos passados pelos médicos, não estão surtindo efeito.
"Aqui na Policlínica também está lotada e o pessoal está ali na fila, um próximo do outro, sem distanciamento. Eu preferi ficar aqui fora até ser atendida, porque já tenho cerca de 20 dias sentindo fortes dores de cabeça, dores do corpo, tomando antibióticos que o médico passou, mas não adiantou, parece que melhorei e peguei novamente. Eu fui em um hospital particular por três vezes, o médico passa a medicação, passa um raio-x e manda pra casa, até que deu uma melhorada, mas as dores voltam. Hoje eu decidi vir aqui na Policlínica, mas tem muita gente aqui também", afirmou.
Com o mesmo sintoma, Alex de Souza contou que está sentindo os sintomas desde o dia 31 de dezembro e no dia de hoje, foi em busca de atendimento médico.
"Eu estou sentindo febre, dor de cabeça, corpo mole, tudo isso desde o dia 31 de dezembro. Ontem eu estive até aqui, mas estava muito cheio, retornei para casa, achando que poderia melhorar, mas nada. Hoje eu fui trabalhar e agora passei aqui para ser atendido, mas tem muita gente novamente e vou ter que esperar dessa vez. São dores na coluna, na garganta, até para comer, precisa ser devagar, porque é como algo que desce arranhando na garganta e na hora de dormir, a situação complica, porque a febre aumenta, fico sem dormir praticamente", informou.
O Acorda Cidade também recebeu reclamações da demora no atendimento das Policlínicas do Conjunto Feira X, bairro Rua Nova e distrito de Maria Quitéria.
O Acorda Cidade solicitou uma resposta da Secretaria Municipal de Saúde de aguarda o retorno.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade