O número de cirurgiões-dentistas especializados em estética facial no país passou de 866 profissionais em janeiro de 2022 para 2,6 mil no começo deste ano, o que representa um aumento de 200% em dois anos. Os dados são do Conselho Federal de Odontologia (CFO) e confirmam o alto aquecimento do mercado nessa área, com demanda cada vez mais crescente por parte dos pacientes.
A harmonização orofacial – termo técnico para procedimentos estéticos faciais realizados por dentistas – é a denominação oficial de uma das especialidades mais recentes da odontologia, com a autorização anunciada oficialmente em 2019. Apesar de nova, o número de especialistas tem crescido de forma acelerada. Para se ter uma ideia, no mesmo período, de janeiro de 2022 a janeiro de 2024, a implantodontia registrou crescimento de 10,5% no número de especialistas e a ortodontia cresceu 5,7%.
Outro fator que mostra o aquecimento dessa área é a alta participação de empresas voltadas ao mercado de harmonização orofacial no Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (Ciosp), que é o maior evento do setor na América Latina e tem expectativa de receber 100 mil visitantes em 2024. Neste ano, o evento ocorreu em janeiro no Expo Center Norte, em São Paulo, e teve 35% da área dos estandes dedicados a empresas de equipamentos e insumos de estética facial.
“Há dois anos, praticamente não havia estandes desse setor no Ciosp. Por isso, esse número serve de termômetro para o mercado. Estamos muito otimistas de que esse crescimento vai se manter ou até mesmo se superar nos próximos anos. Esta é uma área muito promissora, em que os cirurgiões-dentistas só começaram a atuar realmente após a pandemia. Os profissionais começaram a se especializar em 2019 e no ano seguinte começou a covid-19. Então agora temos cada vez mais pacientes satisfeitos com seus procedimentos e que indicam aos seus amigos e familiares a fazerem o mesmo com cirurgiões-dentistas”, diz Juliano do Vale, presidente do CFO.
O credenciamento da área de harmonização orofacial na odontologia também se reflete no setor de Educação. De acordo com Tarley Pessoa de Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Toxina Botulínica e Implantes Faciais na Odontologia (SBTI), são realizados cerca de 150 cursos de especialização em HOF por ano no Brasil, com 12 alunos em média por turma. Quando a especialização foi criada, a maior procura era de profissionais com mais de 40 anos. Contudo, atualmente 60% dos estudantes dessas turmas são recém-formados da graduação.
Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês) mostram que o Brasil é o segundo maior mercado do setor no mundo, com 3 milhões de procedimentos estéticos em 2022, atrás apenas dos EUA – 7 milhões de procedimentos – e à frente do Japão – 2,4 milhões – e México – 1,7 milhão.
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