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O Hospital Municipal de Biritinga, usou um copo descartável como máscara de oxigênio, para auxiliar na reanimação de uma bebê que nasceu sem os sinais vitais.
O caso ocorreu no dia 4 de outubro. Segundo Maíse Correia, 20 anos, mãe da criança, o problema começou, porque ela não tinha dilatação suficiente para ter a filha através do parto normal.
"Dei entrada no hospital às 20h30 do dia (3), mas o parto só ocorreu 1h do dia 4 de outubro. O médico fez o toque pela primeira vez e não conseguiu ver um desvio que eu tenho. Pouco tempo depois, ele fez outro toque, quando estourou minha bolsa. Ele então começou o parto. Nesse momento, eu comecei a fazer forças para ter a neném, quando ele percebeu que eu tinha o desvio. Não tinha abertura ideal para ter minha filha de forma natural”, contou.
Por conta disso, o parto demorou muito, e a menina nasceu sem sinais vitais. Ainda de acordo com a mãe da criança, o uso do copo ocorreu depois de outras tentativas de reanimação.
"Minha filha nasceu sem sinais vitais e falta de oxigênio. Foi ali aqui que começou o processo para reanimar minha filha. Primeiro, eles fizeram a massagem, massageou o coração para ver se vinha os batimentos, e ela deu um chorinho. Mas, foi identificado que ela não tinha oxigênio suficiente. Eles procuram a máscara, mas estava em falta – eu ouvi dizer isso. Foi ai que eles usaram o copinho. Foi tudo muito rápido, não sei explicar muito", pontuou.
No vídeo, que têm 34 segundos, dá para ver o copinho no rosto do bebê e é possível escutar ela respirando.
Segundo Lívia Santos, Secretaria de Saúde da cidade, a unidade possui a máscara de oxigênio, mas estava suja porque tinha acabado de ser usada por outro paciente. O copo funcionou com uma espécie de máscara. [Veja nota oficial da Prefeitura de Biritinga no final da matéria]
“A gente tem a máscara, mas tinha sido usada antes. A gente só tem uma e estava suja. Pelo fato da gente não ter a demanda, a gente não comprou mais de uma. Neonatal, a gente só tem uma. A ideia de usar o copo partiu das técnicas e também do médico. Na tentativa de ajudar, eles pegaram um tubo, fizeram um furo no copo. Serviu como a máscara. Eles anexaram o oxigênio no copo”, disse a Secretaria.
Após o caso, a mãe da criança contou que ela teve muito medo, mas que, depois do ocorrido, agradece à equipe médica.
"Eu fiquei com medo. Minha filha nasceu praticamente morta.Na hora que eles colocaram o copinho, eu não vi direito, minha acompanhante que viu tudo. Apesar do susto, eu agradeço muito a eles. Deus em primeiro lugar, e ele [o médico] em seguida. O nome dela era Emanuele, mas depois desse acontecimento, na hora do parto, ele chamou ela de Vitória, e nós então colocamos Emanuele Vitória".
O que diz o Hospital
Por meio de nota, o Hospital Municipal de Biritinga informou que, durante o parto normal, o recém-nascido não chorou ao nascer, apresentando um quadro de lentidão, face roxa, redução de oxigenação e da circulação sanguínea.
Por isso, começou o procedimento de reanimação. Apesar disso, o dispositivo ventilatório não estava pronto para uso na sala de parto, porém a equipe realizou ventilação por pressão positiva. E que, depois, foi improvisado o fornecimento da oxigenioterapia de forma transitória, com uso o copo descartável até a equipe desinfectar o dispositivo ventilatório. [Veja nota completa abaixo]
Foto: Prefeitura Municipal de Biritinga.
Fonte: G1