No mês de abril deste ano, a jovem de apenas 18 anos de idade, Isadora Belon Albanese, morreu quatro dias após extrair o dente do siso. O caso aconteceu na cidade de Porto Feliz, interior do estado de São Paulo.
O caso que gerou grande repercussão em todo o Brasil, ainda é bastante comentado pelo fato que uma extração dentária pode levar a morte.
Para esclarecer as dúvidas e detalhar as curiosidades sobre os procedimentos que envolvem cirurgias dentárias, o cirurgião bucomaxilofacial, Dr. Thiago Leite, esteve na manhã de quarta-feira (9) no Programa Acorda Cidade.
Incialmente ele explicou do que se trata o siso, e depois explanou os riscos do pós-operatório.
“Sisos são os últimos dentes, são chamados de terceiros molares, na sua grande maioria encontram-se completamente erupcionados na boca, podem ser encontrados semi-inclusos ou completamente dentro do osso ou até mesmo, apenas uma parte na boca”, informou.
De acordo com o cirurgião, esses procedimentos só podem ser realizados por profissionais capacitados.
“É extremamente comum este tipo de procedimento cirúrgico, porém é necessário que se tenha um dentista altamente capacitado, que tenha um bom treinamento para realizar estas cirurgias odontológicas, não é simples como algumas pessoas costumam dizer, a remoção do siso é um procedimento de média complexidade”, afirmou.
Ao Acorda Cidade, o cirurgião Dr. Thiago Leite enfatizou que casos como aconteceu com a jovem do interior do estado de São Paulo, são raros, mas infecções pós-operatório podem ocorrer levando a morte.
“O que ocorreu na verdade, foi uma infecção pós-operatória, que pode ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico, no entanto, o siso está na mandíbula ou na maxila da face, local que apresenta estruturas anatômicas como grandes artérias, nervos, proximidade com a região cervical, proximidade com o tórax, com o coração, então o paciente que evolui ao óbito, não é pelo fato de ter feito a extração do dente, mas por conta da infecção e não houve uma higienização. Quando a infecção é ascendente, esta infecção sobe para o cérebro, para o crânio, algo complexo. Quando a infecção é descendente, é porque desceu para a região do tórax, do coração, aí já é um caso mais preocupante ainda”, pontuou.
Ainda de acordo com o cirurgião, o paciente também precisa compartilhar com o profissional se possui alguma comorbidade, como pressão alta, diabetes, se faz uso de medicação e qual medicação, antes de qualquer procedimento.
Além do siso, o cirurgião também destacou outros assuntos relacionados a área odontológica e informou que no Hospital Geral Clériston Andrade por exemplo, existem 11 cirurgiões bucomaxilos que se revezam durante toda a semana
Par ouvir a entrevista na íntegra, clique abaixo.
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