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Cientistas da Universidade de Oxford (Reino Unido) constataram a eficácia de uma vacina contra a gripe que poderia funcionar contra todas as variações do vírus. A pesquisa é inovadora porque o tratamento, ao contrário dos empregados até agora, ataca diferentes partes do vírus, o que faz com que não seja necessário produzir novas variações da vacina a cada temporada.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (7) pelo jornal The Guardian, a equipe dirigida pela doutora Sarah Gilbert, do Jenner Institute da Universidade de Oxford, centrou seu trabalho nas proteínas do interior do vírus da gripe – que são as mesmas em todas as cepas – e não nas da camada externa, que podem sofrer mutações.
"O problema com a gripe é que tem uma grande quantidade de variantes que mudam de maneira constante", disse Adrian Hill, diretor do Jenner Institute. Quando surge uma nova cepa à qual os seres humanos não são imunes os cientistas não conseguem produzir rapidamente uma vacina eficaz.
Isto é o que ocorreu nos últimos anos com a recente pandemia de gripe A ou a epidemia de gripe aviária.
As vacinas tradicionais empregadas atualmente fazem com que o organismo crie anticorpos, mas esta nova vacina dispara o número de linfócitos T ou células T, que são elementos fundamentais do sistema imunológico.
Na pesquisa, 22 voluntários foram infectados com a cepa Wisconsin do vírus da gripe H3N2, isolado desde 2005. Destes, 11 haviam tomado a vacina e outros 11 não. O resultado foi contundente: a vacina funcionou nas 11 pessoas que a receberam e mostraram um maior nível de ativação dos linfócitos T, responsáveis por combater o vírus.
Os autores da pesquisa destacaram que uma vacina universal economizaria muito tempo e dinheiro, já que o processo de desenvolver uma vacina contra cada gripe significa, pelo menos, quatro meses de trabalho e um investimento milionário.
Além disso, se a variação da gripe for altamente patógena – como ocorreu em 1918 com a morte de milhões de pessoas – o atraso na obtenção da vacina seria fatal.
"Se empregássemos a mesma vacina de maneira regular, seria como vacinar contra qualquer outra doença, como o tétano. Se transformaria em uma rotina. Não teríamos drásticas mudanças na demanda nem problemas de provisão", manifestou Sarah.
Segundo a Época, a equipe da doutora Sarah considera que este avanço será especialmente positivo para as pessoas mais velhas.