Saúde

Cesárea ou natural? Conheça 6 mitos comuns sobre os tipos de parto

Crescimento do número de cesáreas reacende debate sobre melhor opção e faz surgir número de boatos sobre o assunto.

Parto
Foto: Jas/ Pixabay

O Brasil é o segundo país no mundo em número de cesáreas, com mais de 55% dos nascimentos realizados cirurgicamente, número este que vem crescendo nos últimos anos. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas cerca de 10% dos partos sejam feitos dessa forma, sendo o parto normal a melhor opção.

Acontece que a cesariana deve ser indicada apenas em casos específicos, quando mãe ou bebê apresentam risco de vida. No entanto, apesar das contraindicações clínicas em pacientes saudáveis, o procedimento continua sendo a prioridade no Brasil. Para a fisioterapeuta obstétrica Cinthia Simão, isto ocorre devido a um misto de desinformação e comodidade.

Cinthia Simão
Cinthia Simão | Foto: Arquivo Pessoal

“Isso se deve, em parte, à percepção cultural de que a cesariana é mais segura, mas também a fatores organizacionais, como o modelo de remuneração baseado em procedimentos e a conveniência de agendar o parto em datas mais favoráveis aos médicos”, explica.

Nesse sentido, a profissional enfatiza a importância de desmistificar informações equivocadas sobre os diferentes tipos de parto, para que as mulheres possam tomar a melhor decisão para si mesmas. Confira algumas delas a seguir:

Mito: Cesárea é indolor — Embora evite a dor das contrações durante o parto, a cesariana apresenta recuperação pós-cirúrgica dolorosa por conta dos cortes feitos até chegar ao útero, passando por pele, gordura e músculos. Também por essa razão, trata-se de uma recuperação lenta, que limita a volta às atividades cotidianas.

Mito: A vagina não volta ao normal após o parto vaginal — A região íntima fica inchada após o parto, por conta da pressão exercida para a passagem do bebê. No entanto, esse estado é temporário e a vagina volta à sua forma e elasticidade naturais em poucas semanas. Exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico podem ajudar na recuperação.

Mito: Após uma cesariana, não é possível ter um parto normal em uma gestação futura — Desde que a cicatrização da cirurgia anterior esteja adequada e as condições da gestação atual permitam, é possível ter um parto normal após uma cesariana. Até mesmo um parto gemelar pode ser realizado por via vaginal, dependendo de fatores clínicos.

Mito: A gestante pode receber anestesia no parto normal — A anestesia altera o estado de consciência durante o trabalho de parto, inibindo os movimentos e impedindo que a paciente reaja à dor. Já a analgesia alivia a dor, preservando a mobilidade e a sensibilidade do corpo, o que possibilita a troca de posições. Por isso, no parto normal, utilizam-se substâncias analgésicas, proporcionando uma experiência mais confortável sem limitar a liberdade de movimentos.

Mito: A cesárea é a única opção para bebês grandes — Bebês grandes podem apresentar desafios durante o nascimento, mas o parto normal é possível nesses casos, desde que haja boa evolução do processo e o bebê esteja saudável. A cesárea pode ser recomendada em algumas situações, mas nem sempre é necessária. No caso de bebês com mais de 4,5 kg, a avaliação da equipe médica é essencial.

Mito: Partos vaginais sempre causam incontinência urinária — Incontinência urinária não é uma consequência direta do parto normal. Embora o trauma no assoalho pélvico possa aumentar o risco, a maioria das mulheres não sofre desse problema a longo prazo, especialmente se fizerem exercícios para fortalecer a área.

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