Saúde

Cerca de 400 mulheres participam de triagem para cirurgia de mamas neste sábado (7) no Hospital da Mulher

As pacientes relataram ao Acorda Cidade as dificuldades de ter mamas grandes.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Cerca de 400 mulheres lotaram o estacionamento do Hospital da Mulher na manhã deste sábado (7) em Feira de Santana para participar da triagem para cirurgia de redução de mamas. Desde as 6h da manhã as equipes do hospital começaram a atender e a estimativa era que cerca de 250 mulheres participassem, no entanto o número ultrapassou o esperado.

Segundo Gilbert Lucas, presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, a triagem deveria começar às 7h, mas devido ao grande número de mulheres, foi antecipada para às 6h e foi montada uma estrutura para receber a todas. Algumas mulheres chegaram na sexta-feira (6) para garantir o atendimento.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Gilbert destacou que as mulheres contempladas serão as que atendem aos pré-requisitos divulgados, como mamas em grau 5 e moradoras de Feira de Santana.

“Estamos agilizando os atendimentos. Montamos uma estrutura com toldos, cadeiras, oferecemos café e sopa para quem chegou ontem e teremos um lanche às 8h. Sabemos que a ansiedade é grande, a demanda é grande, há o sonho delas de fazer a cirurgia e vamos fazer o possível para atender com paciência, respeito e transparência. Colocamos o atendimento presencial para ter toda a transparência no processo”, declarou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Gilbert informou que o cirurgião plástico César Kelly vai avaliar todas as pacientes e as mulheres que apresentarem o grau cinco nas mamas, passarão para a segunda fase que é a análise social e econômica e a comprovação de que moram em Feira de Santana. Passada essa fase, quem for aprovada irá fazer os exames pré-operatórios e tudo correndo bem, deve fazer a cirurgia em janeiro de 2024.

Jailda Reis do Rosário de 50 anos, moradora da localidade de Fulô no distrito de Humildes estava na fila aguardando a triagem. Ela disse que tem quatro filhos e que sofre com as mamas grandes desde os 16 anos. Para ela, fazer a cirurgia será realizar um grande sonho.

“Nunca tive o prazer de ir em uma praia e colocar um maiô, de achar uma roupa com facilidade. Quando acho tenho que folgar, porque sempre fica apertada. Sempre tive esse sonho, mas nunca tive a oportunidade de realizá-lo. Eu morava no interior, de uns anos para cá vim para Feira de Santana e espero conseguir. Sinto muitas dores também”, contou.

Jailda relatou que só veste roupas com manga e tem vergonha até de mostrar os braços, pois acha que ao mostrá-los as mamas parecem ser ainda maiores. Para ela, se conseguir fazer a cirurgia, também vai realizar o sonho de vestir uma camiseta.

Maria Brígida Lima de 52 anos, que também aguardava pela triagem relatou que soube da ação através de uma amiga que lhe enviou uma mensagem e logo foi ao Hospital da Mulher se informar melhor sobre o procedimento.

Ela chegou às 6h de sexta-feira para aguardar sua vez de passar pela triagem.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Estou desde ontem para pegar a ficha. É um sonho porque é uma cirurgia cara e não tenho condições financeiras de fazer. Levanta a nossa autoestima e alivia as dores. Eu tenho hérnia de disco, bico de papagaio e não posso operar a coluna porque corro o risco de perder o movimento dos braços”, afirmou.

Ela acrescentou ainda que tem um filho e que tem o desejo de vestir um biquini e uma blusa de alça.

Outra paciente de 32 anos, que não quis se identificar e também participava da triagem, relatou ao Acorda Cidade como é difícil viver com as mamas gigantes.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Tenho vergonha, evito ir a uma praia, a uma piscina, passei sete anos em ir a praia e ano passado fui de maiô. O biquini que amarra no pescoço dói, marca o pescoço. E sutiã também temos dificuldade de achar. Sentimos dores e temos assaduras embaixo dos seios. Tem também a questão financeira. Um sutiã de tamanhos especiais é cerca de R$80, já um de tamanhos normais é possível achar de R$25, R$30. É uma luta e essa cirurgia vai melhorar tudo. A questão da autoestima, saúde e financeira”, declarou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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