Acorda Cidade
O número de casos registrados entre janeiro e junho deste ano é quase sete vezes maior, que no mesmo período de 2018. A informação é da Sesab, Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, que notificou mais de 40 mil casos de dengue, em 345 cidades baianas. 20 pessoas já morreram por causa da doença, oito só em Feira de Santana, cidade com maior número de óbitos. Outras 38 mortes por suspeita de dengue estão sob investigação.
A situação é tão preocupante, que o Ministério da Saúde alerta para um risco de surto em 104 cidades baianas, justamente em um momento, em que o estoque de inseticida para combater o mosquito está baixo. A falta do produto é em todo país e tem afetado o trabalho dos agentes de endemias.
De janeiro a maio deste ano, 32 municípios baianos solicitaram o carro fumacê, mas com o problema no estoque, foi necessário adotar uma política de distribuição. Para ter direito, a cidade precisa ter registrado 300 casos de dengue para cada grupo 100 mil habitantes. As secretarias municipais de saúde das regiões endêmicas devem enviar solicitação à vigilância epidemiológica, que vai avaliar cada caso.
Mais importante que eliminar o mosquito crescido, é evitar que ele nasça. O combate aos criadouros das larvas deve começar dentro de casa, onde estão concentrados quase 80% dos focos, de acordo com o Ministério da Saúde. O pratinho do vaso de planta, o pneu velho e as garrafas continuam sendo local preferido para a fêmea colocar os ovos.
O trabalho deve ser em coletivo e precisa envolver toda comunidade, seja ela um bairro, ou condomínio. “É importante que moradores, líderes de associação de bairros, síndicos e moradores de condomínios atuem conjuntamente na guerra contra o Aedes Aegypti. Esta união para a adoção de simples medidas pode salvar vidas”, alerta Luiz Oliveira, presidente da AbcPrag, entidade que representa as empresas controladoras de pragas urbanas na Bahia.
Segundo Oliveira, imóveis que passam a maior tempo fechados exigem uma atenção especial. “Vasos sanitários que não são usados diariamente, por exemplo, devem ser mantidos tampados. Se o vaso não tiver tampa, o ideal é vedar com saco plástico e fita adesiva”. Outra dica importante é com relação aos ralos externos e canaletas de drenagens, usadas para escoar água da chuva, eles “podem ser protegidos com tela de nylon ou, se possível, a pessoa pode colocar sal uma vez por semana”. Apesar de ser um método caseiro, o produto pode ajudar a matar as larvas. Caso seja necessária uma ação mais definitiva, “o ideal é procurar um controlador de pragas devidamente credenciado”, orienta.