O Outubro Rosa é uma ação que visa conscientizar a população sobre as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama. O tipo de tumor maligno que mais afeta as mulheres no mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
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Diversas entidades realizam campanhas e palestras abordando, durante todo o mês de outubro, a eficiência dos métodos de tratamento e a importância do diagnóstico precoce da doença.
O médico mastologista, Flávio Amorim, realizou na noite da última quarta-feira (23) uma palestra sobre o câncer de mama na sede da Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (Acefs). Ele destacou que o diagnóstico precoce é um forte aliado no combate à doença.
“A minha mensagem para todas as mulheres é tranquilizadora. Não se estressem com a possibilidade de ter um diagnóstico. Ele é necessário, o diagnóstico precoce é o passaporte para o sucesso do tratamento. Quanto antes for feito o diagnóstico, maior a probabilidade de cura”, disse Flávio.
Evolução nas formas de tratamento
Em entrevista ao Acorda Cidade, o médico falou sobre os avanços no tratamento do câncer de mama. Flávio considera que as possibilidades de cura têm aumentado significativamente por conta da gama de tratamentos disponíveis em dois pilares: medicamentos e oncogenética.
“Além das medicações quimioterápicas, outras medicações foram adicionadas ao arsenal de tratamento da doença. E os resultados têm sido muito promissores. Em pacientes com tumores mais agressivos, e hoje é possível determinar exatamente o nível de agressividade da doença, a gente observa que os pacientes têm respondido bem aos tratamentos”.
No campo da oncogenética, área da medicina que estuda a relação entre a genética e o câncer, avaliando a predisposição [tendência natural] para uma pessoa desenvolver tumores, estão acontecendo diversos avanços.
“Novos genes têm sido incorporados ao painel de risco para o câncer de mama e isso orienta qual medicação vai ser utilizada. Alerta a família para encontrar outros membros que ainda não desenvolveram a doença, mas que têm mutação patogênica, aumentando significativamente o risco da pessoa desenvolver a doença. É possível fazer algo para interromper esse processo antes que a doença se instale”, disse o médico.
Sintomas do câncer de mama
O principal sintoma do câncer de mama é o aparecimento do nódulo, um tipo de lesão sólida e elevada que pode surgir em qualquer parte do corpo. Os nódulos podem ser palpados, sentido com a ponta dos dedos ou parte da mão, e identificados por meio de exames de imagem.
Apesar de ser o sintoma mais comum, o mastologista fez o alerta de que nem todo nódulo presente na mama representa um câncer. Segundo ele, apenas de 10% a 15% dos nódulos vão estar associados à doença.
Por este motivo o médico orienta que as pacientes devem ficar atentas a qualquer alteração na região dos seios, como o aparecimento de feridas nos mamilos. O surgimento de uma secreção avermelhada ou transparente de forma espontânea, sem que a paciente apertar o seio, é outro sintoma.
A importância da mamografia
Parte dos cânceres de mama não causam sintomas. Em muitos casos a doença está instalada, mas a paciente não sente nada. Sabendo desta característica é importante realizar o método de rastreio mediante exames de pesquisas. As principais formas são o exame clínico das mamas, executado por um profissional de saúde, e a mamografia.
O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia deva ser realizada a cada dois anos a partir dos 50 anos. Porém, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o exame seja feito a partir dos 40 anos com um intervalo de 12 meses.
“A gente entende que com essa orientação é possível fazer mais diagnóstico de câncer. Por isso a diferença da recomendação do Ministério da Saúde. Existem diversas sociedades médicas que recomendam que se inicie aos 40 anos e que seja realizada todo ano a mamografia”, disse o mastologista.
Fatores que aumenta as chances de câncer de mama
Genética familiar
Mulheres que possuem familiares de 1º grau, como mãe, irmã ou filha, que foram diagnosticadas com a doença têm mais chances de desenvolver o câncer de mama. Segundo o mastologista Flávio Amorim, o histórico familiar tem influência direta em 8% a 10% dos diagnósticos.
Consumo de álcool
Segundo o médico, o consumo rotineiro de bebidas alcoólicas, sobretudo, o consumo diário representa um alto risco de desenvolvimento do câncer de mama. Ele explica que ingerir bebida alcoólica acima da quantidade de uma lata de cerveja, uma taça de vinho e uma dose de destilado apresenta uma associação significativa entre câncer e o álcool.
Utilização de hormônios
O mastologista classifica que o uso prolongado de hormônios em pacientes no chamado climatério, período de transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva da mulher, também está associado ao aparecimento de câncer de mama. Pacientes que utilizam hormônios, dependendo da combinação, por mais de 10 anos devem ter atenção redobrada.
Sedentarismo, má alimentação e obesidade
Estudos científicos demonstram uma associação direta entre a obesidade e o câncer de mama. Flávio Amorim destaca o papel da alimentação de péssima qualidade e o sedentarismo no desenvolvimento da obesidade. O consumo frequente de embutidos é um fator de risco.
“A mulher que está com sobrepeso, ela tem que tentar reduzir, reverter esse processo e voltar para o peso ideal. A que está com obesidade grau 1, tem que primeiro chegar no sobrepeso e depois buscar chegar no seu peso ideal”, destacou o mastologista.
A sua saúde é sua responsabilidade
Flávio Amorim reafirmou o papel de protagonista da promoção da própria saúde que deve ser desenvolvido por todas as pessoas.
“O indivíduo deve ter responsabilidade com o próprio corpo. A responsabilidade de se examinar é importante. Buscar um profissional para estar examinando a sua mama, se ela estiver na faixa etária, fazer um exame de mamografia. Então essa responsabilidade se faz necessária. Buscar o diagnóstico e não gerar ansiedade ou sofrimento”, finalizou o médico.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão *****
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