Calor pode aumentar o risco de infarto, alerta médico cardiologista

Mesmo com o encerramento do verão, nesta terça-feira (20), as altas temperaturas registradas em todo o país, refletiram no aumento de problemas cardiovasculares. Apesar de ser comum passar mal com o calor, quem tem problemas cardíacos deve estar atento aos cuidados e prevenção da desidratação, já que podem comprometer o bem estar-físico.

Nos últimos dias, diversos casos de mortes em locais públicos envolvendo idosos foram registrados em Feira de Santana. Um deles passou mal em frente à agência da Caixa Econômica e no dia seguinte uma senhora faleceu na calçada de um supermercado. Ontem (18), um homem de 59 anos passou mal e morreu ao cair da bicicleta.

Evidências científicas comprovam que o calor, pode contribuir para o aumento da incidência de infarto na população exposta. O Acorda Cidade ouviu o médico cardiologista Edval Gomes, que detalhou como a mudança na temperatura pode impactar no sistema cardiovascular.

“Estamos chegando ao final desse verão, que foi marcado por elevadas temperaturas e um calor bastante alto. Será que essa temperatura e esse calor podem de algum modo afetar a saúde cardiovascular? Tudo parece indicar que sim. Diversos estudos e trabalhos científicos publicados ao redor do mundo em diversos momentos têm encontrado resultados que corroboram esse tipo de afirmação. Por exemplo, em 2023, estudo publicado em uma importante Revista Internacional, Circulation, analisou mais de 202 mil infartos e encontrou nesse estudo uma associação importante entre as elevadas temperaturas e o aumento na ordem de quase 1,8 vezes o número de infartos”, disse.

Ainda segundo o médico, o calor pode gerar a desidratação, fazendo com que o suor excessivo e a falta de ingestão de líquidos fazem aumentar a viscosidade do sangue.

“Neste ano, agora em fevereiro de 2024, na Revista Jama, uma outra pesquisa analisou mais de 80 mil casos de AVCs isquêmicos, conhecidos como derrames, e também os autores encontraram uma associação entre as elevadas temperaturas e o aumento do AVC, na ordem de até 1,9 vezes. Por que isso poderia acontecer? Não está muito claro qual o mecanismo por trás desses achados. Talvez a desidratação, reduzindo o volume circulante da nossa circulação, aumentando a viscosidade do sangue, aumentando a possibilidade de eventos trombóticos, seja uma justificativa possível. Também, a alteração inflamatória e uma disfunção endotelial também podem ser um dos mecanismos por trás desse aumento”.

Prevenção

Para evitar uma piora no caso clínico, principalmente com as altas temperaturas, é recomendado, segundo Edval Gomes, o consumo frequente de água, além da prática de exercícios físicos.