Seguindo a tendência de novos casos para a Covid-19 no Brasil, Feira de Santana apresenta aumento de positivos para a doença, principalmente, nas últimas duas semanas. A infectologista Melissa Falcão informou ao Acorda Cidade que o aumento do número de casos está relacionado com a nova variante da Ômicron, a BK1.
“Percebemos um aumento da quantidade de pessoas positivas quando fizeram o teste, reforçando a necessidade de que, diante de qualquer sintoma gripal, as pessoas façam o teste de Covid, que é a única maneira de saber se trata de Covid ou de uma gripe,” abordou.
Os eventos com aglomeração, flexibilizados em todos o país, colaboram para a transmissão do vírus.
“Quando começamos uma nova onda de Covid ela dura em média de seis a oito semanas. Até o final de dezembro devemos estar com o aumento no número dos casos. E com festas, Natal, Ano Novo, tudo isso aumenta a aglomeração e o risco de transmissão para outras pessoas,” elencou.
A infectologista abordou que os novos casos não estão apresentando alta gravidade em relação à morte.
“O que estamos vendo é um aumento no número de casos positivos. E aquelas pessoas que estão com a vacinação em dia, o quadro costuma ser mais leve, então a vacina não protege em relação à transmissão. O vírus consegue escapar da proteção da vacina, porém a gravidade ainda é menor, então a vacina continua protegendo em relação ao agravamento dos casos,” explicou.
Variantes
Cada vez que há mudanças nas variantes, a composição do vírus muda.
“Sempre há esse questionamento em relação à detecção ou não nos exames que temos disponíveis. Porém a orientação é continuarmos fazendo o teste PCR,” salientou.
Melissa Falcão ressaltou que as pessoas que fazem o teste de antígeno na farmácia precisam notificar à Vigilância Epidemiológica.
“Tem aumentado o número de autotestagem e esses exames não chegam ao conhecimento da Secretaria de Saúde, e isso faz com que as medidas de prevenção e a realidade sobre o número de casos na cidade fique subestimado,” disse.
Ao Acorda Cidade, a infectologista informou que em Feira de Santana já têm pacientes internados por Covid.
“Não estávamos com pacientes em internamento, mas a maioria dos paciente que internam não é por gravidade relacionada com a Covid, mas por descompensação de doenças de base. E o que temos visto com os dados aqui no Brasil é que as pessoas que estão agravando em relação ao Covid são aquelas que não estão com a sua vacinação em dia,” alertou.
A nova variante da Ômicron não tem mostrado agressividade.
“Não há diferença em relação ao risco de agravamento e ao risco de morte em relação à variante da Ômicron, que já vinha circulando pelo país desde o final do ano passado e início deste ano,” lembrou.
Sintomas
Os sintomas de todas as variantes da Ômicron estão relacionados àquelas das vias respiratórias altas.
“Coriza, nariz entupido, pode dar uma conjuntivite, dor de garganta. Os sintomas costumam inflamar menos o pulmão do que a variante anterior, Delta, que tinha um risco maior de gravidade,” considerou.
O uso de máscara continua sendo indicado, principalmente, em locais fechados.
“Independente da obrigatoriedade de uso da máscara, cada um tem que ter responsabilidade pelo seu cuidado individual, se eu estou indo para algum lugar que tem aglomeração, pessoas gripadas, e que podem transmitir, é importante usar máscara para se proteger. Então é recomendado o uso de máscara em locais fechados, ônibus, festas com muitas pessoas, em bancos, ou qualquer lugar que seja fechado e sem ventilação.”
Nesse momento, todas as pessoas que estão em Unidades de Saúde devem utilizar máscaras.
“As pessoas ao entrarem nas Unidades de Saúde como acompanhantes, visitantes, todas também devem estar usando sua máscara para evitar a transmissão para aquelas pessoas que já estão debilitadas e doentes no internamento,” destacou.
Prevenção
As maneiras de prevenção são bem conhecidas:
- Completar o esquema vacinal;
- Higienização frequente das mãos com álcool 70% ou
água e sabão;
Uso de máscaras de proteção facial:
- Principalmente por indivíduos com fatores de risco para
complicações da covid-19 (em especial imunossuprimidos, idosos,
gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades); - Pessoas que tiveram contato com casos confirmados
de covid-19; - Pessoas em situações de maior risco de contaminação pela covid-19 como locais fechados e mal ventilados, locais com aglomeração e serviços de saúde.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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