Acorda Cidade
O isolamento social, o medo da contaminação, a perda de pessoas queridas e as incertezas trazidas pela pandemia de Covid-19 têm causado ansiedade, depressão, insônia e outros transtornos mentais a centenas de pessoas.
O Brasil já foi considerado, em 2017, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o país mais ansioso do mundo. Esse problema piorou em 2020, diante da maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet mostrou que os casos de ansiedade e estresse agudo cresceram 80% durante os primeiros meses de quarentena.
O PhD em neuroanatomia e fisioterapeuta Mario Sabha alerta que, embora a ansiedade seja uma emoção natural presente no dia a dia das pessoas, é preciso observar os sinais que indicam que ela pode ser a origem de transtornos físicos e emocionais. “Comece a perceber que tipo de informação desperta gatilhos de ansiedade, desespero e afobação. É importante estar atento às situações que te levam a sair do normal e provocam desarmonia”, afirma.
Segundo o especialista, investir na saúde emocional é essencial neste período para evitar que esses sentimentos afetem as relações pessoais e profissionais. “Tudo que sentimos de forma consciente e inconsciente começa a criar uma realidade e destino. Por isso, é muito importante mergulhar nessas questões e tratá-las porque, mesmo sem saber, você pode estar criando um destino prazeroso ou mais dramático dependendo daquilo que cultiva em sua mente”, pontua Sabha.
Ao perceber o excesso de ansiedade, é fundamental procurar ajuda profissional e tratamentos que promovam o autoconhecimento e identifiquem a origem do transtorno. “Busque sempre profissionais que ajudem a lidar com as emoções. Conhecer a si mesmo vai além de saber quais são suas comidas, lugares ou roupas preferidas; o autoconhecimento exige uma imersão em seu interior”, orienta o PhD.
Para tratar os sintomas de estresse e ansiedade, além de melhorar a qualidade de vida durante este período de crise, as terapias integrativas são grandes aliadas. Mario Sabha explica que um terapeuta integrativo pode utilizar diversas técnicas, como acupuntura, neurociência, metafísica, osteopatia e quiropraxia para reequilibrar a saúde emocional do paciente. “É um conjunto de técnicas e ferramentas usadas para permitir ao paciente que mude hábitos e se reconstrua. O tratamento ajuda a destravar as emoções, mostra o que está incomodando e como resolver”, explica.
Foto: Divulgação
O especialista ressalta que esse tipo de tratamento respeita o processo de cada paciente, busca identificar o problema e tratá-lo de forma específica. “Muitas pessoas sabem classificar transtornos psiquiátricos, mas não conseguem conduzir um paciente ao seu mundo interior. As técnicas integrativas lidam com essas situações de forma eficaz. É preciso entender que nem sempre é só a ansiedade ou estresse. Em alguns casos, é orgulho, autorrejeição e falta de confiança”, finaliza.