No mês passado, Bronny James, de apenas 18 anos, filho mais velho do astro da NBA LeBron James, sofreu uma parada cardíaca quando treinava com o time de basquete da Universidade do Sul da Califórnia (USC)
O aumento dos casos de ataque cardíaco entre os mais jovens nos últimos anos tem chamado atenção da comunidade médica.
Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (7), o cirurgião cardiovascular e diretor-presidente da União Médica, Dr. André Guimarães explicou o que pode estar provocando estes índices.
“O infarto ou o AVC que é o Acidente Vascular Cerebral, que algumas pessoas chamam popularmente de derrame, acontecem decorrente de diversas doenças, e infelizmente, a nossa sociedade de maneira em geral está mais estressada, está mais obesa, as pessoas estão ficando hipertensas, e com isso, tem também o aumento do colesterol de forma mais rápida. As pessoas também praticam menos exercícios, tem a questão dos fumantes, até que aqui na região Nordeste isso já diminuiu mais, porém na região sul, de mais frio, as pessoas ainda costumam fumar, então tudo isso faz com que exista chances de desenvolvimento de doenças no coração e no cérebro, que podem levar a um infarto, a um AVC. O que se associa aos jovens também, é a utilização de drogas, pois algumas estão relacionadas com o infarto. Logo, são causas que podem deflagrar e aumentar sem sombra de dúvidas, o número do diagnóstico nesta parcela da população”, afirmou.
Segundo o especialista, a cada 10 anos, o comportamento de vida das pessoas vai mudando.
“A cada década, se muda um pouco do comportamento pelas ações que a gente tem. Então observamos que os jovens hoje em dia, não praticam exercícios, ficam em casa apenas em telefone, em computador e isso faz com que o tire este jovem das atividades, de uma prática esportiva que observávamos antigamente. É justamente por esta mudança do comportamento, que os jovens não apenas brasileiros, mas de forma mundial, percebemos que esta classe está cada vez mais apenas em celulares, aplicativos”, contou.
Nem todo infarto leva ao óbito, a depender do tempo que este paciente seja atendido e medicado. Segundo o médico André Guimarães, o tratamento pode influenciar.
“A doença que mais mata no mundo, são as doenças cardiovasculares, e quando uma pessoa morre, tem um mal súbito e que não se tem um diagnóstico, a probabilidade de ser cardíaco ou cerebral, seja como doenças cardiocerebrais é grande. O número de infartos tem aumentado justamente por todos esses fatores da população e consequentemente, o infarto por deter um desfecho fatal, ou seja, levar a óbito. O tratamento médico hoje, possui uma melhora absurda comparada com os últimos anos, então desde o atendimento que é feito pelo Samu, por exemplo, até o atendimento no pronto-socorro, existe toda uma regra que é seguida e orientada pela Sociedade de Cardiologia, onde nesta ação rápida, a gente consegue salvar vidas”, afirmou.
Questionado sobre o pós-procedimento cirúrgico no coração, o médico informou que o paciente pode levar a vida normal, mas que faça o acompanhamento com frequência.
“Várias pessoas podem voltar a praticar atividades esportivas após uma operação no coração. Eu por exemplo, operei o primo do jogador Talisca, o primo dele estava em uma divisão de base de um time em Portugal, onde descobriu um determinado problema. A família me procurou, nós fizemos a correção cirúrgica e ficou tudo bem. Hoje ele já está em um time profissional na Europa, jogando futebol de forma profissional normalmente, então isso é apenas um exemplo que estou dando, e afirmando que a pessoa pode ter uma vida absolutamente normal, mas claro, com todas as orientações, visitas rotineiras, alimentação, exercícios físicos e medicações”, concluiu.
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