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Um artigo desenvolvido na Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Hospital Geral Roberto Santos (UAVC-HGRS), em Salvador, foi publicado na edição de março da revista Stroke – considerado o veículo internacional de maior fator de impacto na área da neurologia vascular. A pesquisa tem objetivo de avaliar a influência da ocorrência de delirium e seus diferentes subtipos motores sobre o prognóstico de pacientes com AVC.
O delirium, conforme descreve o grupo de pesquisadores, é uma deficiência aguda e flutuante de atenção, cognição e comportamento. Embora comum no AVC, faltam estudos que associam os subtipos clínicos de delirium com resultado funcional e morte.
Um dos autores do trabalho, o estudante de medicina Ivã Fialho auxiliou no desenvolvimento de uma coorte prospectiva que analisa delirium em pacientes com AVC no HGRS. Ele lembra que o delirium é frequente em pacientes na fase aguda da doença. “Sua ocorrência – especificamente em subtipos mistos e hipoativos – parece predizer resultados piores nessa população. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a investigar prospectivamente as diferenças entre os subtipos motores do delirium sobre o resultado funcional três meses pós-AVC”, detalha.
A pesquisa contou com 227 pacientes com início dos sintomas 72 horas antes da admissão. Entre os principais resultados estão os seguintes dados: 31,3% – 71 pacientes – apresentaram delirium, sendo que o subtipo hipoativo foi o mais frequente – 41 indivíduos (57,8%). Delirium foi associado ao maior risco de morte e dependência funcional em 30 e 90 dias e maior mortalidade em 90 dias.
O artigo Impact of Delirium and Its Motor Subtypes on Stroke Outcomes (Impacto do delirium e seus subtipos motores nos resultados do AVC, em tradução livre para o português) está disponível em: http://bit.ly/HGRS_Stroke.