Laiane Cruz
“Eu fiz o autoexame e apalpei um nódulo. De prontidão eu já tentei resolver o problema num estágio bem precoce da lesão. Eu não sentia dor, não sentia nada em relação a isso”. O relato da médica dermatologista Denize Ozores, de Feira de Santana, acende uma luz de alerta importante para a taxa de sucesso no tratamento do câncer de mama. E este tema ganhou um destaque ainda maior este mês, com o início da campanha Outubro Rosa.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama ainda é a primeira causa de morte entre as mulheres no Brasil, em todas as regiões. As estimativas no órgão é que, em 2021, mais de 66 mil novos casos sejam diagnosticados. Isso significa que a cada 100 mil mulheres, a taxa é de 43,74 casos.
Por isso o autoexame precisa se tornar um hábito entre as mulheres, principalmente aquelas acima de 40 anos. O ato de apalpar a região mamária pode ser feito em poucos minutos durante o banho, por exemplo. Este é o primeiro passo para saber se algo no corpo não vai bem.
“Eu tive o diagnóstico há exatamente um ano. Foi no finalzinho de setembro e aí imediatamente já comecei o meu tratamento, com o término em abril desse ano. Apalpei um nódulo num lugar que favorecia muito a apalpação”, contou a dermatologista em entrevista ao Acorda Cidade.
Foto: Arquivo Pessoal | A médica Denise em sua quinta sessão de quimioterapia
Após a confirmação do câncer, ainda em seu estágio inicial, Denize Ozores precisou passar por uma mastectomia, para retirada da lesão. Após o procedimento, a paciente enfrentou seis ciclos de quimioterapia e 20 sessões de radioterapia.
Hoje curada da doença, ela avalia que a participação da família e dos amigos também foi fundamental para que ela conseguisse cruzar a linha de chegada, na corrida pela vida.
“Ninguém quer ter um câncer, por mais que a gente saiba que tem tratamento. E o apoio da família, do esposo, meu irmão, dos meus filhos, minha rede de contatos e amigos, foi fundamental para eu passar por todo esse processo.”
Inspiração para outras mulheres
Percebendo o poder de influência sobre os seus pacientes e pessoas que a seguem nas redes sociais, a médica Denize Ozores decidiu compartilhar parte da sua rotina e tratamento, na luta contra o câncer de mama.
Em sua página no Instagram, ela compartilha dicas, tira dúvidas, e esclarece mitos que ainda permeiam a cabeça de muitas mulheres e homens acerca da doença.
Foto: Arquivo Pessoal
“Uma vez que eu como dermatologista acabo influenciando muito as pessoas, eu quis mostrar que o câncer não tem esse lado que as pessoas enxergam de que os pacientes que estão com câncer vão morrer. Hoje o câncer tem tratamento, a medicina está muito avançada, por isso que o diagnóstico precoce é super importante e poder passar isso para outras mulheres, passar essa coragem, essa força, a determinação e a fé, ajudaram bastante nesse processo.”
De acordo com a profissional de saúde, ela tem compartilhado a sua história a fim de inspirar outras mulheres, que podem estar passando pela mesma situação.
“Ninguém está livre. E quando a gente está com Deus, com fé, coragem e o apoio das pessoas que estão ao nosso redor, isso faz toda a diferença. Com o diagnóstico precoce é de praticamente 100% a chance de cura, por isso que é importante estar indo atrás, não deixar o negócio evoluir, porque depois fica mais difícil. O Outubro Rosa e outras campanhas que têm durante o ano são para alertar de maneira mais enfática, mas o cuidado precisa continuar sempre”, destacou.
Foto: Arquivo Pessoal
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade