Laiane Cruz
O secretário municipal de saúde de Feira de Santana, Marcelo Brito, criticou na quarta-feira (31) a vacinação de estudantes do curso de odontologia de uma faculdade privada do município. O fato teve grande repercussão e gerou revolta nas redes sociais. Ainda em decorrência disso, estudantes da área de saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) publicaram uma nota de repúdio contra a prefeitura, alegando que não tiveram acesso às vacinas e que estariam recebendo um tratamento desigual.
Em entrevista ao Acorda Cidade por telefone na tarde de ontem (31), Marcelo Brito afirmou que chegou ao seu conhecimento de que alunos uma universidade particular tinham sido vacinados. No entanto, não foi essa a instrução que a secretaria determinou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“A secretaria quando iniciar a vacinação dos estudantes da área de saúde, que estejam em estágio em uma unidade, como hospitais, clínicas e postos de saúde serão vacinados simultaneamente sem distinção de universidade privada ou pública. Essa vacinação ocorreu de forma inadvertida e isso gerou uma sanção administrativa, porque não foi determinação desse gabinete, do grupo que coordena a vacinação e, portanto, isso não deveria ter acontecido”, declarou o secretário.
Marcelo Brito esclareceu que existe uma portaria ministerial que estabelece como grupo prioritário estudantes das áreas de saúde que estejam estagiando, porém, essa é uma portaria genérica e existe uma resolução abaixo dela, que é cível e reextratifica esses profissionais de saúde.
“Então dentro do grupo de profissionais de saúde, inicia-se obviamente pelos profissionais que estão trabalhando em UTIs Covid, esses têm prioridade absoluta, depois os trabalhadores das emergências de covid, emergências de UTI não covid. Então existe toda uma extratificação, porque não tem vacinas para todos. Só a população da área de saúde já teria tomado todas as vacinas que já foram aplicadas em Feira de Santana. Então existe essa subclassificação. E o que houve, talvez por desconhecimento, é que a pessoa não seguiu a portaria, a resolução da CIB.”
Ele destacou que a vacinação do estudantes de odonto não se deu de forma regular, e não se deu por determinação da secretaria e que acredita que que a nota que os alunos da Uefs divulgaram está correta.
“Os estudantes quando forem vacinados precisam estar em estágio em alguma unidade, depois disso é que virão os alunos de forma geral. Isso decorre pela insuficiência de vacinas. Se tivéssemos vacinas para todos, nós estávamos vacinando toda a população de Feira de Santana de 18 até o último estágio. Lamentavelmente, não temos essa facilidade e temos que fazer essas regras, e fazendo o que é possível fazer”, advertiu.
Falta de vacinas
O secretário Marcelo Brito alertou ainda para a escassez de vacinas que o município enfrenta atualmente. Segundo ele, a vacinação dos grupos prioritários pode ser paralisada a qualquer momento.
“Estamos com as doses extremamente baixas e a qualquer momento podemos suspender a vacinação por falta de vacinas. Mas é o que é possível fazer nesse momento”, disse.
Profissionais de autônomos
A respeito dos profissionais de saúde autônomos e que atuam em homecare, Marcelo Brito reiteirou que todos os profissionais da área de saúde são prioritários, mas a vacinação terá que ser extratificada na resolução. Portanto, médicos, fisioterapeutas e enfermeiras autônomos ficarão mais para o final da fila de prioridade, por terem um risco menor de contaminação.
Já os pacientes acamados receberão a visita de equipes da Secretaria mediante o cadastramento prévio, que farão a vacinação das pessoas que não podem se deslocar até o posto de vacinação. Para isso é preciso que um familiar compareça no posto com a documentação e relatório médico que ateste que aquele paciente atende aos critérios estabelecidos e faz parte da lista de prioridade.
Com informações da repórter Maylla Nunes do Acorda Cidade.