Gabriel Gonçalves
Inaugurado no dia 3 de agosto, o Centro de Tratamento Pós-Covid instalado no Centro Social Urbano (CSU) em Feira de Santana, já está recebendo pacientes que ficaram com algum tipo de sequela, após serem acometidos pela doença.
A unidade é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Feira de Santana através da Secretaria Municipal de Saúde junto com a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Em entrevista ao Acorda Cidade, a enfermeira e coordenadora do centro, Marluce Oliveira, informou que todos os atendimentos já estão disponíveis mas alertou que a unidade não é 'porta aberta', os pacientes precisam ser regulados.
"Nossa equipe já foi preparada, tivemos aí uma semana de capacitação e treinamento e os pacientes que hoje estão aqui na unidade, são pessoas encaminhadas através das regulações para realizar fisioterapia, consulta com pneumologista e uma série de especialidades que temos aqui. Então esses pacientes devem procurar a unidade de saúde e a partir daí, serão regulados para que tenham o atendimento aqui no centro", explicou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
De acordo com Marluce, o atendimento teve início na última terça-feira (10) e a até esta quinta, cerca de 10 pacientes já foram regulados para realizar os procedimentos.
"Até o momento, nós já atendemos cerca de 10 pacientes e outros já estão agendados para a próxima segunda-feira. Isso é muito importante, porque as pessoas estão começando a ter conhecimento agora da existência desse centro, então a partir disso, elas estão procurando o apoio nas unidades, mas têm muitas pessoas que chegam aqui de forma espontânea. Então nós explicamos e orientamos quais são os passos que devem ser dados", destacou.
Com relação ao tempo de tratamento, Marluce informou ao Acorda Cidade que cada procedimento vai depender da evolução de cada paciente, mas explicou que não há um tempo determinado.
"Será de acordo com a necessidade desse paciente. Por exemplo, uma fisioterapia que precisa de 10 sessões, se for preciso ter mais 10, isso será feito, caso contrário, este paciente não terá mais a necessidade em fazer as sessões", afirmou.
Gilcele Neide Silva de Oliveira de 64 anos, informou a reportagem do Acorda Cidade que está fazendo sessões de fisioterapia. De acordo com ela, após ser infectada pelo vírus, problemas respiratórios foram gerados.
"Eu sinto muita falta de ar, seja durante uma caminhada, subindo uma escada, se eu caminhar cinco, seis quadras, eu já começo a cansar e isso é terrível. Só acontece quando faço esforço, para abaixar para pegar alguma coisa, pegar um balde, estender uma roupa, então digo que realmente são crises horríveis. Nesse momento estou fazendo sessões de fisioterapia, mas logo depois também irei passar por um pneumologista para realizar outros exames", explicou.
Para a paciente, a inclusão no Centro de Tratamento foi de suma importância, pois segundo ela, não estava encontrando especialistas pelo SUS.
"Eu digo que foi maravilhoso esse atendimento. No meu caso mesmo, eu estava com dificuldade para conseguir especialistas no posto de saúde e aqui foi muito mais rápido, fui muito bem atendida. Eu que sou costureira, realizo um pouco de esforço nas mãos, essa semana mesmo, eu tentei sentar na máquina e senti as pernas cansadas, inchadas, comecei a ficar rouca e estou aqui na esperança de melhorar desta situação, porque além dessa falta de ar, eu estou tendo uns impulsos nervosos no corpo, principalmente atrás da orelha esquerda", concluiu.
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Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade