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Um estudo do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) apontou a existência de oito linhagens do novo coronavírus circulando no Amazonas, que sugerem, ao menos, oito introduções do SARS-CoV-2 no estado, informou o instituto nesta segunda-feira (16). Em julho, três linhagens haviam sido identificadas.
Até segunda (16), o estado possui mais de 169 mil casos confirmados da doença.
De acordo com a Fiocruz Amazônia, pesquisadores sequenciaram 79 genomas do novo coronavírus desde o surgimento do primeiro caso de Covid-19 no Amazonas, em março.
Os dados foram coletados a partir de amostras obtidas em 18 municípios do estado.
As amostras sequenciadas são provenientes dos municípios de Anori, Autazes, Careiro, Iranduba, Itacoatiara, Jutaí, Lábrea, Manacapuru, Manaquiri, Manicoré, Maués, Nova Olinda do Norte, Parintins, Presidente Figueiredo, Santa Isabel do Rio Negro, Santo Antônio do Içá, e Tabatinga, além da capital Manaus.
Linhagens inéditas
O estudo apontou, ainda, a identificação de quatro linhagens que ainda não haviam sido sequenciadas no Brasil.
"As quatro novas linhagens identificadas são a B.1.107; B.1.111; B.1.1.2; e B.1.35 que circularam na Dinamarca, Colômbia, Reino Unido e País de Gales, respectivamente. Com essas, sobem para 30 o número de linhagens encontradas no Brasil", informou o Instituto.
De acordo com o vice-diretor de Pesquisa e Inovação do ILMD/Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, o resultado do estudo mostra que o vírus entrou, ao menos, oito vezes no estado entre março e início de junho, a partir de diferentes origens.
"As proporções em que encontramos as linhagens aqui foram diferentes do Sudeste do país, mostrando uma diferença no padrão epidemiológico aqui no Amazonas. As origens mais prováveis não são as mesmas das maiorias das amostras no Sudeste", disse.
Ainda conforme o pesquisador, a diferença entre as linhagens ajuda a identificar por onde os vírus circularam e como se dispersaram. Além disso, o sequenciamento é importante para protocolos de diagnóstico.
“Os dados do sequenciamento nos ajudam também a verificar se há a necessidade de ajustes nos protocolos de diagnóstico, por exemplo, se aqui o vírus acumulou alguma mutação que leve a um resultado falso-negativo”, informou.
Segundo Naveca, os protocolos em uso atualmente foram desenvolvidos em outros países, como China, EUA e Alemanha, levando em consideração o que se sabia da variabilidade viral naquele momento.
Fonte: G1