Os alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por diversos processos industriais, adquirindo quantidades excessivas de ingredientes que podem ser prejudiciais à saúde, como sódio, açúcar, gordura, corantes e conservantes. Conforme o Ministério da Saúde, estão inseridos nessa classificação inúmeros tipos de guloseimas e salgadinhos de pacote, bebidas adoçadas com açúcar ou adoçantes artificiais, cereais matinais, carnes processadas, achocolatados, e uma infinidade de novos produtos que chegam ao mercado todos os anos.
Professora do curso de Nutrição da Unifacs, Lídia Moura, explica que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados pode aumentar as chances de doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, cânceres e diabetes, sobretudo em indivíduos jovens.
A especialista também ressalta que os riscos ligados ao consumo de alimentos ultraprocessados são resultados da baixa qualidade nutricional desses produtos, atrelada aos elevados teores de sódio, açúcar e gordura saturada, bem como a presença de aditivos alimentares, que, muitas vezes, possuem um potencial cancerígeno já confirmado.
Para além das doenças que podem vir a serem desenvolvidas, os produtos ultraprocessados também podem levar a óbito, se consumidos excessivamente. Segundo o estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP), da Fiocruz e da Universidad de Santiago de Chile, o consumo desses alimentos é responsável por, aproximadamente, 57 mil mortes prematuras de pessoas entre 30 e 69 anos em todo o país.
Como identificar os alimentos ultraprocessados nas prateleiras?
De acordo com a professora da Unifacs, é fundamental analisar as informações presentes no rótulo dos produtos. “É possível verificar a lista de ingredientes, na qual constam inclusive os aditivos alimentares utilizados, a tabela de informação nutricional, na qual pode-se verificar a quantidade de nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras (saturadas e trans) e sódio”, explica.
A profissional também chama atenção para os chamados “falsos saudáveis”, que nada mais são do que produtos ultraprocessados, com a veiculação de informações incorretas ou incompletas acerca de sua composição, induzindo os consumidores ao erro.
Dicas para uma alimentação balanceada:
O Guia Alimentar Para a População Brasileira recomenda “Dez passos para uma alimentação adequada e saudável”, são eles:
- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação;
- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
- Limitar o consumo de alimentos processados;
- Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados;
- Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
- Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
- Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
- Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora;
- Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
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