Saúde

Adolescente tem morte provocada por diabetes tipo 1; médica dá orientações sobre a doença

A médica endocrinologista, Suzete Matos, afirma que o diabetes tipo 1 ocorre em crianças e adolescentes, enquanto o diabetes tipo 2, no indivíduo adulto.

Daniela Cardoso e Ney Silva

O diabetes é uma doença crônica não transmissível que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não consegue mais utilizar de maneira eficaz a insulina que produz. A insulina é o hormônio que regula a glicose no sangue é fundamental para a manutenção do bem-estar do organismo, que precisa da energia dela para funcionar. No entanto, altas taxas de glicose podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.

Em casos mais graves, o diabetes pode levar a morte. Foi o caso da estudante universitária Sthefany Regina dos Santos Sá, 17 anos, que morava em Salvador e morreu do diabetes tipo 1. Ela descobriu que tinha a doença aos nove anos. A tia dela, a supervisora de vendas Verônica Santos Maia, alerta aos pais e responsáveis que fiquem atentos aos filhos para identificar qualquer sintoma suspeito da doença.

“Aos nove anos Sthefany começou a urinar com mais frequência, ter muito apetite e perder peso. A mãe, preocupada com essas mudanças de comportamento, resolveu pesquisar e viu que poderia ser diabetes. Levou ela ao médico para fazer os exames e descobriu que Sthefany estava com o açúcar alto. Ela começou a fazer acompanhamento médico e usava insulina diariamente, além de começar uma reeducação alimentar. Na semana passada Sthefany adquiriu um furúnculo, levamos para UPA, em Salvador, e quando os exames foram feitos descobriu que o açúcar estava muito alto. O furúnculo infeccionou, deu infecção generalizada e o açúcar não baixava, então ela morreu com insuficiência. O diabetes não tem sintomas e as pessoas que convivem com crianças devem ficar muito atentos”, frisou.

A médica endocrinologista, Suzete Matos, afirma que o diabetes tipo 1 ocorre em crianças e adolescentes, enquanto o diabetes tipo 2, no indivíduo adulto. Segundo ela, é uma doença muito comum que já é considerada não só um problema de saúde pública, mas uma epidemia mundial. Suzete destaca que normalmente a doença tipo um se manifesta de uma forma muito aguda, então a criança vem bem e de repente começa a ter alguns sintomas como beber muita água, urinar muito, comer muito, perder peso. Diferente do diabetes do adulto, tipo dois, que, segundo infirmou, pode ocorrer de uma forma silenciosa.

Segundo Suzete Matos, o diabetes vem acontecendo muito em decorrência da forma como as pessoas vivem. Ela lembra que existe o fator hereditário, mas que a forma como a pessoa vive também pode precipitar a situação do diabetes. A médica destacou a importância de adquirir hábitos saudáveis para a vida e diz que a alimentação é muito importante para quem já está com diabetes.

“O açúcar deve ser retirado imediatamente, principalmente retirar açúcar de absorção rápida, que é o açúcar normal, a sacarose. Tem que ter cuidados com o carboidrato, pois todos os alimentos contêm carboidrato e tem carboidrato de absorção muito rápida, que vai elevar muito a glicemia. Então esses pacientes tem que ter uma orientação nutricional, no sentido de ter alimentação adequada, para não elevar a glicemia. Os carboidratos não processados, como os alimentos integrais e os alimentos que contem fibras, como as raízes, são carboidratos mais complexos e a elevação da glicemia vai acontecer de forma mais gradativa”, explicou.

Prevenção

A médica endocrinologista Suzete Matos destaca que a importância para tratar a doença e prevenir as complicações agudas decorrentes do diabetes, principalmente as complicações crônicas, que são desenvolvidas ao longo dos anos de mau controle do diabetes.

“O diabetes é uma doença silenciosa e é muito frequente no tipo 1 acontecer complicações agudas, onde a pessoa entra em coma por conta da glicemia muito elevada. Pode ocorrer também da glicemia baixar muito. Tanto o diabetes tipo 1 como o tipo 2 podem desenvolver as complicações crônicas, que pode atingir o olho e a pessoa perder a vista, pode atingir o rim e a pessoa vai necessitar de diálise para poder continuar sobrevivendo, acontecem as doenças cardiovasculares, que são muito mais comuns nas pessoas que têm diabetes. Então o infarto, o derrame vão atingir com mais frequência os portadores do diabetes. As alterações circulatórias periféricas levando as amputações também são frequentes em pacientes que tem diabetes e que não se cuidam”, alertou. 

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