Laiane Cruz
Após a Secretaria de Saúde de Feira de Santana ter detectado a presença da variante Delta em um paciente do distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana, 162 amostras foram coletadas de pessoas que tiveram contato próximo com o infectado, como também de outros moradores do distrito onde ele reside e da sede, para averiguar a extensão da disseminação do vírus no município. Todos os exames, porém, deram negativos e saíram dois dias após a coleta, segundo informação passada ao Acorda Cidade pela infectologista Melissa Falcão, presidente do Comitê de Combate à Covid-19.
De acordo com ela, o resultado da investigação que detectou a variante no paciente saiu quando ele já estava curado. “Após a detecção da Delta no distrito, foi feita uma ação onde o paciente reside, uma intensificação da vacinação, com campanhas e ações, para fazer as pessoas lá se vacinarem, pois esse paciente tinha 51 anos e apesar de já estar no prazo não tinha se vacinado ainda. Isso mostra a importância da vacinação de todas as pessoas. Também foram feitas coletas em todo o distrito, principalmente pessoas que moravam na rua e próximas ao local de trabalho desse paciente, tanto em pessoas com sintomas como também fizemos o PCR em pessoas sem sintomas, para ver a circulação do vírus no distrito”, informou a infectologista.
Melissa Falcão explicou também que o paciente mora só e não teve nenhum contato próximo com familiar, não teve também ninguém próximo a ele que estivesse com sintomas no momento da detecção. A testagem foi feita de maneira ampla, não só no local próximo onde ele reside ou trabalha, mas em toda a cidade, tentando fazer uma detecção no município da presença do Covid ou da presença do Delta.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“O paciente não viajou nem teve contato com ninguém que tivesse viajado, e isso configura transmissão comunitária, ou seja, a pessoa pode adquirir o vírus Delta mesmo sem sair do município. Isso mostra que já têm pessoas que tiveram o vírus Delta antes dele e não foram identificadas.”
Transmissibilidade
A especialista alertou que as variantes têm um potencial maior de infectar, porque elas dão uma quantidade maior de vírus no corpo e aumentam a chance de uma pessoa contaminar a outra. No entanto, uma pessoa com vírus Delta em ambiente fechado com dez pessoas pode contaminar até oito pessoas, isso significa que a chance de uma pessoa com esse tipo do vírus contaminar outras é ainda maior do que pelos vírus originais, como o Alpha, Beta ou o Gama, que são predominantes no estado da Bahia.
Para conter a disseminação do vírus original, como também de variantes, a infectologista reforçou a importância da população tomar as duas doses da vacina, pois mesmo como a imunização completa é possível adquirir uma infecção pela Covid, porém a chance de acontecer é muito menor do que quem não se vacinou ainda.
“O mais importante é que mesmo que adquira a covid, a chance de ter um internamento ou de vir a morrer por conta desse vírus com as duas doses das vacinas é muito menor. Os estudos hoje mostram que as vacinas que temos disponíveis, mesmo para a variante Delta, ainda têm uma eficácia significativa depois das duas doses. Somente com a primeira dose, cai muito a eficácia. Então é importante tomar as duas doses.”
Com informações do repórter Ney Silva e da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade.
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