Se a idéia era amenizar a situação, tudo indica que o resultado foi exatamente o contrário. Depois de denunciar que pessoas com renda superior a três salários mínimos estariam sendo priorizadas pelo programa Minha Casa Minha Vida, a vereadora Eremita Mota (PP) disse hoje, na tribuna da Câmara, que foi pressionada e constrangida por representantes da Caixa Econômica Federal.
O encontro com os homens, que se apresentaram como gerentes da instituição, aconteceu na semana passada, no gabinete presidencial do Poder Legislativo. Segundo a vereadora, eles queriam forçá-la a fazer esclarecimentos, para a imprensa, sobre o pronunciamento que havia feito. “Eu falei que o projeto Minha Casa, Minha Vida, não estava sendo respeitado”, reafirmou.
Eremita disse ainda que foi ameaçada de ser denunciada ao Ministério Público, caso não desse uma entrevista coletiva explicando o que havia dito. “Quem tem medo de Ministério Público ou polícia é ladrão. Não devo a ninguém”, reagiu, acrescentando que não tem medo de perder o cargo. “Não nasci vereadora e provavelmente não vou morrer vereadora. Tenho uma profissão que dá para sobreviver”, frisou.
O encontro de Eremita com os gerentes da instituição financeira acabou gerando ainda mais problemas. De acordo com a vereadora, um deles teria “batido na mesa”, afirmando que ela deveria assinar um documento, que já estaria pronto, para encaminhar para a Associação de Gestores da Caixa Econômica Federal com os devidos esclarecimentos.
Caso deseje, a vereadora poderá acionar a Procuradoria Jurídica da Câmara para ser orientada, conforme disse o presidente da Casa, Antônio Carlos Passos Ataíde (DEM). Eremita recebeu a solidariedade de vários vereadores, dentre os quais Antônio Francisco Neto (Ribeiro), Roque Pereira, David Neto, e Ewerton Carneiro (Tom).
Madalena de Jesus