Laiane Cruz
O vereador Luis Augusto Lulinha (DEM), que é líder do governo na Câmara Municipal, registrou um Boletim de Ocorrência (BO), na manhã desta quarta-feira (23), no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, contra o colega de bancada Jurandy Carvalho, por estar sendo vítima de fortes agressões verbais e ameaças, durante as sessões na Casa Legislativa e fora dela.
Em entrevista ao Acorda Cidade, ele disse que prestou depoimento ao coordenador de Polícia, Roberto Leal, sobre as ameaças que estaria sofrendo por parte de Jurandy. O motivo seria uma rixa política e a disputa por votos dos eleitores do distrito de Governador João Durval Carneiro (Ipuaçu).
“Vários fatos vêm acontecendo na Câmara Municipal, desde que eu assumi, em 2021, no mês de fevereiro, e desde que se elegeu o vereador Jurandy, que se intitula o vereador do distrito de Ipuaçu, que é filho de lá. Mas se ele tem atuação política no distrito, eu também tenho. Consegui emenda, trator para o distrito, consegui a praça com emenda do deputado federal José Nunes e recursos da prefeitura, consegui pavimentação de ruas, estação de rede de energia, melhorias. O vereador é eleito para legislar para toda a cidade e os distritos de Feira de Santana. Mas o que vem acontecendo é que o vereador, quando usa a tribuna, é para tentar me agredir de forma pejorativa, me chamando de vereadorzinho, suplentinho, vagabundo, me dando empurrões; ele tentou vir para cima de mim para me agredir e foi contido pelo vereador Correia Zezito, depois me ameaçou no Maestro Miro e me deu um empurrão”, relatou o vereador Lulinha.
O vereador afirmou que as agressões são presenciadas por todos os colegas e a imprensa. E que por diversas vezes, o vereador o ameaça durante as sessões, sobretudo quando ele propõe projetos e melhorias para o distrito de Ipuaçu.
“Em uma reunião que houve com os vereadores, ele tentou me agredir novamente na frente dos colegas e foi contido pelo vereador Petrônio, que o abraçou, e de forma pejorativa me chamou novamente de vagabundo, me fazendo ameaças, que se eu pisasse meu pé no distrito, que eu iria ver o que aconteceria comigo. Na semana passada, quando foi lido um ofício pedindo uma praça para a comunidade de Pedra da Canoa, em Ipuaçu, ele não gostou, veio até a minha mesa e me fez ameaças. Hoje foi lido de novo, a primeira secretária leu a ordem do dia, as indicações dos vereadores e tinha lá uma indicação minha reivindicando melhorias e a retomada das obras para o campo do distrito João Durval Carneiro, coisa normal, como fazem todos os vereadores. Ele veio até mim, perante Pastor Valdemir e Petrônio, me xingou. Ele me chamou para me pegar lá fora. Comuniquei à primeira secretária Lu de Ronny, e falei com o presidente que iria para a delegacia. Chegou a um ponto que eu não posso mais deixar pra lá, é todo dia uma ameaça, empurrões, e se eu reajo na Câmara vai ficar chato, se eu vou lá para fora, será pior ainda. Não sei o que ele pode fazer comigo. Então vim à delegacia fazer a minha parte, o delegado Roberto Leal me ouviu, e vamos entrar com queixa-crime na Justiça para pedir segurança, porque são muitas ameaças”, reforçou Lulinha.
O vereador disse também que não tem disputa por território e que ele sempre atuou em vários distritos. Além disso, foi escolhido como líder do governo pelo prefeito Colbert Martins, e que o cargo é de confiança.
“Eu não tenho disputa nenhuma, eu tenho atuação em vários distritos e fui votado em vários distritos. Já fui vereador eleito três vezes nos distritos, tenho atuação política com vários vereadores, a exemplo de Zé Carneiro, em Jaíba, em Tiquaruçu, com outros vereadores, tenho na Conceição, na Mangabeira. Eu acho que o motivo é esse, porque toda vez ele fala que o vereador de Ipuaçu é ele e não gosta que ninguém faça pedidos para Ipuaçu. Quando eu faço pedidos, ele não gosta. Eu tenho um grupo de lideranças e obtive 249 votos na campanha de deputado estadual, nessa agora de vereador foram 189. Sou o terceiro vereador mais votado pelos distritos, e na base do governo sou o segundo. Então quer dizer que eu não posso pedir, as lideranças me pedem e eu vou me calar? Ele nunca aceitou que eu fosse líder do governo, não sei se ele queria ser o líder. O prefeito tem vários vereadores, e no início eu entrei por serem novatos. Mas no momento que o prefeito achar que deve mudar a liderança, está na mão dele, a decisão é do prefeito, é um cargo de confiança dele. E na hora certa que ele achar que deve mudar não é nada demais, isso aí já foi conversado. O que não pode agora é o vereador me ameaçar”, declarou.
O Acorda Cidade entrou em contato com o vereador Jurandy Carvalho e ele disse que no momento não vai declarar nada.
“Não sei o que ele falou na delegacia, então vou esperar o desdobrar dos fatos para me pronunciar. Eu não gosto dele, não quero que ele passe nem perto da minha casa. Com relação ao que ele disse na delegacia vou esperar o delegado me chamar e eu irei esclarecer quem é esse rapazinho", encerrou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia