Publicidade abre nova polêmica entre Geddel e Wagner

Dados do Sistema de Informações Contábeis e Financeiras da Sefaz, foram divulgados ontem pelo ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima.

O Poder Executivo estadual, de janeiro a outubro deste ano, já gastou R$ 61,6 milhões em publicidade, mais do que foi gasto em investimentos em educação (R$ 50,6 milhões) e segurança pública (R$ 15,9 milhões). Os dados, do Sistema de Informações Contábeis e Financeiras (Sicof) da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), foram divulgados ontem (30) pelo ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB), na Rádio Metrópole, onde estreou como comentarista, escolhendo como alvo preferencial o governo Jaques Wagner, seu adversário nas eleições de 2010.

"Acho um absurdo o governo ter um desembolso maior para publicidade do que nos investimentos em educação e segurança, é uma distorção grave. Essas foram as críticas sempre feitas ao carlismo", disse Geddel, que afirmou já ter feito diretamente ao governador observação quanto ao que considera "uma concentração grande da publicidade em certas empresas".

Segundo os relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a administração estadual, em 2007, empenhou R$ 29,8 milhões em publicidade, e, em 2008, R$ 50,7 milhões. O valor gasto este ano já supera os empenhos do ano passado e a tendência é o Estado abrir mais a torneira a fim de ter uma maior margem para 2010, já que, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no último ano da gestão, o gasto não pode ultrapassar a média dos três primeiros.

Evolução – O secretário de Comunicação, Robinson Almeida, não confirmou os dados do gasto em publicidade este ano, fornecidos pelo ministro Geddel.  "Nossos gastos em publicidade são muito menores do que a média anual do governo passado, pelo menos em 50%", destacou Almeida.

No último ano do governo Paulo Souto (DEM), em 2006, o poder Executivo gastou R$ 83,9 milhões em publicidade; em 2005, R$ 76,2 milhões; em 2004, R$ 48,3 milhões; e, em 2003, R$ 34,6 milhões.

Quantos aos investimentos em educação e segurança, Almeida critica a leitura contábil do orçamento feita pelo Sicof da Sefaz. "Tem que ter cuidado porque tem distorções", diz, observando que há "entendimentos diferenciados". O governo destaca a execução de projetos finalísticos (prioritários), que não entram na rubrica de investimentos do Sicof, mas representam tal para a gestão.

"Não tem nada a ver com o mundo real. A ação finalística da secretaria gastou muito mais que R$ 50 milhões. Só em obras e reformas estamos executando R$ 40 milhões. O fato de não estar no Sicof como investimentos não significa que não está sendo executado", argumenta o secretário da Educação, Walter Barreto.

Do A Tarde

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