Um dos principais quadros do Democratas no País demonstrou constrangimento na tarde deste sábado, na zona sul de São Paulo, ao avaliar a situação do partido. Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a imagem da sigla fica "muito prejudicada" com a situação enfrentada no Distrito Federal, com o governador e ex-membro do partido José Roberto Arruda preso e seu vice, José Octávio (DEM), enfrentando pedidos de impeachment.
Após ter sido preso na quinta-feira, Arruda deve passar o Carnaval preso na sede Polícia Federal em Brasília. Depois de ter o habeas-corpus negado na sexta à tarde pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de defesa do governador afastado aguardam o julgamento do mérito do recurso. A prisão preventiva pode durar, no máximo, 30 dias. Esse período pode ser prorrogado até o máximo de 81 dias.
"A imagem (do partido) fica muito prejudicada", disse Kassab, em entrevista ao Terra ao lado de um piscinão na divisa da capital paulista com Taboão da Serra. Em seguida, tentou equilibrar a declaração mencionando o escândalo do suposto mensalão petista. "(…) como ficou prejudicada a imagem de outros partidos em momentos similares."
Kassab defendeu investigar e punir os envolvidos no escândalo que abalou seu partido. "É fundamental que as investigações sejam concluídas o mais rápido possível e que os crimes sejam exemplarmente punidos."
Entenda o caso Arruda
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.
Informações do terra