Eleições 2012

Prefeito flagrado em esquema de compra de voto evita comentar vídeo

Prefeito de Itamari, Waldson Carlos Andrade Menezes, conhecido como Kçulo (PT), candidato à reeleição, foi flagrado pagando R$ 2 mil para o agricultor Fábio de Souza Lima, 34 anos, em troca do seu voto e dos que diz dominar

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O cenário é uma fazenda na zona rural da cidade de Itamari, no Sul da Bahia. O enredo remonta aos tempos em que  o voto tinha um preço e um cabresto. Mas, o ano é 2012 e os personagens não estão nos livros do século passado da história da República do Brasil.
 
Em vídeo gravado em 18 de agosto, o prefeito da cidade, Waldson Carlos Andrade Menezes, conhecido como Kçulo (PT), candidato à reeleição, foi flagrado pagando R$ 2 mil para o agricultor Fábio de Souza Lima, 34 anos, em troca do seu voto e dos que diz dominar.
 
“Não tem ninguém olhando?”, previne-se o prefeito, antes de puxar o maço de dinheiro para entregar ao agricultor. Ele retira do bolso a quantia, conta as cédulas de R$ 100 e faz a entrega.
 
O apoio é justificado por Kçulo pela compensação financeira. “Espero que você esteja junto com a gente. Essa compensação que te falei seria em relação, assim, para fazer um trabalho junto com a gente,  para a gente (sic), para fazer a mudança de grupo”, afirma Kçulo, que exerce o primeiro mandato como prefeito.
 
Feijoada eleitoral 
 
Kçulo elabora ainda uma teoria para justificar a compra de votos: “Dinheiro é o tempero. Por que a política é uma feijoada. O que é o feijão? O feijão é o voto. E o dinheiro é o tempero, os acessórios. Então, se você tem um trocado, a feijoada sai gostosa, cheirosa, bonita, mas sem o feijão, não adianta ter o tempero. com o dinheiro não faz”.
 
Em outro momento da gravação, Kçulo trata com naturalidade a troca de votos por “presentes”, quando Fábio diz saber que ele visita locais distribuindo “200, 300 (reais) para o povo”. “Por que eu ali é de botijão, de fralda, é de cama de casal, é de colchão, pois é, tem que sempre trazer uma lembrança mesmo, mesmo que seja um sabonete”, diz o prefeito no vídeo.
 
Gravações Fábio sempre foi apoiador de Kçulo. Mas, nesta eleição, decidiu votar no candidato da oposição, Valter Andrade da Silva Júnior, o Nêgo (PCdoB). Fabinho, como é chamado, relata que, quando plotou seu carro e enfeitou a fazenda com o nome de Nêgo, passou a receber propostas de assessores e de Kçulo para mudar de posição.
 
“Vinham pra mim e diziam: o homem (Kçulo) tem uma proposta boa. Você tem que vim (sic) pro nosso lado. Ficaram insistindo. fiquei sabendo que eles estavam dando dinheiro a todo mundo na cidade e decidi gravar”, contou Fabinho, que gravou três encontros com o prefeito
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