Cinco servidores do Senado fraudaram as folhas de horas extras dos computadores da Casa, menos de uma semana após o recurso para marcação do horários de expediente começar a ser utilizado. Os cinco registravam horas extras na folha de ponto do computador do Senado a partir dos computadores de suas casas, sem efetivamente estarem no Senado trabalhando. Foi aberta uma comissão de sindicância para investigar o caso e os funcionários podem ser demitidos.
Segundo boletim administrativo publicado nesta quinta-feira, 4, dois dos cinco, Cecília Rodrigues Torres e Rafael Aun Ming, trabalham no gabinete do senador José Nery (PSOL-PA) e um, Daniel Agostinho dos Reis Júnior, era da Secretaria Especial de Informática (Prodasen). O boletim não indica onde trabalhavam os outros dois funcionários envolvidos, Gustavo Henrique Fidelis Taglialegna e Paulo Springer de Freitas.
O sistema de ponto eletrônico começou a ser utilizado no Senado no último dia 1 de fevereiro. Antes, os funcionários se limitavam a assinar um livro específico para comprovar que deram expediente, o que podia ser feito uma única vez no decorrer da semana.
Ambiente contaminado
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), afirmou nesta sexta-feira, 5, que a prática de fraudar as horas extras é comum e que, segundo ele, os funcionários envolvidos na fraude não deveriam ser demitidos. "Se fosse advogado deles alegaria que foram contaminados com a prática, que infelizmente é comum na administração pública brasileira, de burlar hora extra, de burlar o ponto, de enganar a si próprio", indicou o senador.
"Se você examinar, a esplanada dos ministérios está cheia de casos dessa natureza. E foi naturalmente com essa cultura que eles foram contaminados", acrescentou Heráclito, que ainda indicou que "como ser humano, como pai" não gostaria que os funcionários fossem demitidos. "Talvez a suspensão."
Informações do Estadão