A internet foi essencial para o sucesso da campanha eleitoral do presidente norte-americano Barack Obama: por meio dela foram arrecadados US$ 500 milhões e estabelecido um contato quase que direto com seus eleitores. No Brasil, com a aprovação de uma reforma eleitoral no final do ano passado que disciplinou a campanha online, especialistas apostam que o meio deve ganhar relevância no pleito deste ano.
“É uma vantagem para os candidatos menores, que terão pouco tempo para a propaganda eleitoral gratuita. Na internet, eles poderão veicular vídeos, criar perfis em redes sociais, atrair os eleitores para um site próprio que pode conter diversos mecanismos de interatividade, como chats online entre os próprios visitantes para debater assuntos da campanha”, diz Camilo Aggio, doutorando em comunicação e cultura contemporânea na Ufba com o objeto de pesquisa Campanhas Online.
Como a campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, os partidos não estão com estruturas bem definidas para a internet. As assessorias de comunicação se encarregam deste trabalho agora, mas a perspectiva é ter equipes específicas para o meio. O PV baiano, por exemplo, contratou neste mês um profissional da área de comunicação para cuidar das estratégias para a internet. “Será a nossa principal forma de contato com o eleitor. Nós percebemos que a maioria dos nossos apoiadores tem acesso à internet”, diz Luiz Bassuma, pré-candidato verde ao governo baiano.
Para o PMDB, a internet ajuda na aproximação com o eleitor. “Acho difícil repetir o fenômeno de Obama, já que nossa sociedade política é bem diferente, mas isso não diminui a importância do meio digital na campanha”, avalia Maurício Carvalho, atual coordenador de marketing do partido. O pré-candidato do partido, Geddel Vieira Lima (PMDB), já possui um blog e um perfil no Twitter. “Essas ferramentas dão a capacidade de interagir com as pessoas, mostrar as preferências pessoais: para que time torce, religião, essas coisas”, enumera Carvalho.
Regras para internet
– Propaganda é permitida após 5 julho
– Redes sociais ficam liberadas em site do candidato ou do partido, através do envio de e-mails, blogs, redes sociais e chats
– É vedada a propaganda paga. Mesmo que gratuita, também não se pode veicular propaganda em sites do governo ou de empresas
– Os sites podem ter mecanismos para receber doações. Deverá identificar o doador e emitir recibo eleitoral
As informações são do A Tarde