Laiane Cruz
Após o secretário de saúde de Feira de Santana, Marcelo Britto, entregar na tarde de ontem (7) diversas caixas de papelão contendo 380 mil cópias de documentos para a Câmara Municipal, a qual recusou receber, o presidente da Casa Legislativa, Fernando Torres (PSD), declarou na tarde desta terça-feira (8) que o gestor está mais uma vez praticando terrorismo na cidade e estaria ‘brincando com os vereadores’.
Convocado pela CPI da Saúde, que investiga supostas irregularidades nos contratos celebrados pela Secretaria com prestadores de serviços, o secretário Marcelo Britto compareceu ontem para prestar esclarecimentos, mas a sessão foi adiada por problemas na capitação de áudio dos depoentes.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Após o adiamento da sessão, o secretário entregou caixas e mais caixas com milhares de documentos, com informações sobre todo o período em que assumiu a gestão da secretaria. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele revelou que foram gastos R$ 24 mil, provenientes dos cofres da prefeitura, para realizar as cópias das originais. E convocou duas testemunhas para assinar uma declaração de que entregou tudo o que foi solicitado pela Câmara de Vereadores.
De acordo com Fernando Torres, em entrevista ao Acorda Cidade, a Câmara Municipal não recebeu as inúmeras caixas com documentos xerocados porque o expediente já estava encerrado.
“O secretário Marcelo Britto, como sempre, tentando fazer terrorismo em Feira de Santana. Ele esteve na Câmara ontem, entre 14h30 e 15h, levando alguns documentos para entregar à CPI, mas ele sabe que neste horário a Câmara não funciona, pois funciona das 7h às 13h. Não precisa fazer nenhum terrorismo de que não quisemos receber documento algum, porque a Câmara não é réu, quem é réu é ele”, afirmou Torres.
O presidente da Casa voltou a tecer acusações contra o secretário Marcelo Brito, afirmando que ele cobrou valores indevidos em serviços prestados à prefeitura de Feira.
“Quem fez um serviço para a prefeitura, que vale R$ 20 mil, e cobrou R$ 400 mil foi ele. A Câmara está investigando esse delito. Quem colocou sua sogra em sua empresa como laranja e logo após virou secretário, comprando serviços dessa empresa para a prefeitura, foi ele. E isso é crime. Ele fez uma simulação de venda da sua empresa, para que pudesse vender serviços do HTO para a prefeitura, ele que cometeu esse delito. O réu é Marcelo Brito, não a Câmara Municipal”, disparou.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
O vereador ressaltou que a Câmara está disponível para receber qualquer documento, mas declarou que isso pode ser feita através de outros mecanismos, a exemplo de um pen drive. E classificou o ato do secretário como ‘pirotecnia para a imprensa’.
“Se ele quiser levar, leve em um horário que a Câmara funciona, que é até as 13h, que estará lá para receber todos os documentos. Eu quero que ele diga por que cobrou em um serviço para a prefeitura o valor de R$ 400 mil. É isso o que a Câmara quer saber. Não é levar mais de 300 mil folhas para enganar os vereadores e a população de Feira de Santana, dizendo que está prestando contas. Ele só precisa levar uma ou duas folhas nesse sentido aí, para esse questionamento. Tem outros questionamentos do vereador Paulão, que aí não sei qual foi, mas eu acredito que não é preciso levar 300 mil folhas para a Câmara Municipal, até porque existem também pen drive, no qual você resume tudo aquilo ali, entrega e a gente pode abrir e ver os documentos. Não precisa fazer essa pirotecnia para a imprensa de Feira, dizendo que é inocente. Está na cara que ele não é inocente. Esse rapaz está brincando com a Câmara Municipal”, disse.
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