Política

'Não tenho problema com CPI e quanto mais transparência, melhor', diz Rui sobre operação em compra de respiradores

Rui Costa mostrou ainda a sua insatisfação com a condução do processo, que só veio à tona, dois anos após o acontecimento.

Maylla Nunes

Com a deflagração da Polícia Federal na manhã de terça-feira (26), da operação Cianose, que investiga a contratação de uma empresa norte-americana pelo Consórcio Nordeste, para fornecimento de ventiladores pulmonares durante o pico inicial da pandemia de Covid-19 no Brasil, o governador Rui Costa (PT), presidente do Consórcio Nordeste, defendeu a implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar a compra dos equipamentos.

Em visita ao município de Conceição do Jacuípe nesta quinta-feira (28), ele declarou que além da apuração da compra dos respiradores, é necessária a investigação sobre irregularidades encontradas na prefeitura de Salvador no período da pandemia, a exemplo, do investimento em leitos para o tratamento da covid-19 na capital.

“Não tenho problema com CPI, quanto mais transparência, melhor. Disse ontem em juazeiro que concordamos com a CPI para investigar gastos de alguns municípios como Salvador que pagou mais que o dobro do governo do estado pelos leitos de covid-19. Podemos ter uma CPI a exemplo da Operação Faroeste, feita pela Polícia Federal. Chegou a hora do MP analisar porque tantos empresários que são envolvidos com empresas de lixo se envolvem tanto na política. Chegou a hora de apurar e ter uma CPI”, destacou.

Rui Costa mostrou ainda a sua insatisfação com a condução do processo, que só veio à tona, dois anos após o acontecimento.

“Tivemos duas compras que não tiveram sucesso. Uma, eu representei na justiça americana, dos Estados Unidos. Nesse processo, o dinheiro está na conta do governo do estado. Na outra compra, que foi essa do Brasil, está desse jeito aí. Dois anos depois, em ano eleitoral, se faz esse tipo de exibição e eu só quero que eles sejam presos e que devolvam o dinheiro da população. Já falei algumas vezes disso, quem denunciou, quem prendeu, fomos nós. Os criminosos estavam presos, confessaram o delito, assinaram termo de devolução dos valores na semana seguinte e e inexplicavelmente, o Ministério Público da Bahia e a juíza mandam soltar todo mundo. Só peço à Deus que me permita saber os motivos que levaram o MP e a juíza a soltar quem estava preso. A sensação que eu tenho, é de quando alguém mora na favela como eu morei e dávamos socorro a alguém. É como se você tivesse uma carteira, e colocasse no bolso correndo para chegar ao pronto socorro. Quando você chega lá, você percebe que roubaram sua carteira. Você acha o ladrão, prende o ladrão e depois o MP manda soltar. Eles pedem pra saber o por que a carteira estava em seu bolso, mas o ladrão que roubou, eles não procuram saber. Infelizmente, é de causar indignação e revolta ver o funcionamento das instituições no Brasil”.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade 

 

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