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A operação do Ministério Público que prendeu nesta sexta-feira (10) o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos encontrou em uma casa dele milhões de reais em dinheiro. Segundo as primeiras contagens dos agentes, foram encontrados pelo menos R$ 5 milhões. O dinheiro estava numa casa em Itaipava, na Região Serrana. Até as 19h40, as autoridades ainda estavam contando quanto havia.
Prisão em Botafogo
Santos foi preso em casa nesta manhã, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Após ser levado à Cidade da Polícia e, em seguida, ao Instituto Médico Legal, o ex-secretário foi conduzido à Unidade Prisional da PM, em Niterói, Região Metropolitana do Rio.
O ex-secretário é investigado por suspeitas de irregularidades nos contratos de Saúde do RJ durante a pandemia de Covid-19, e deverá responder por peculato – corrupção cometida por funcionário público – e organização criminosa, segundo o MPRJ.
Foto: Reprodução
Áudios reforçam acusação
Os promotores apresentaram provas de que o próprio ex-secretário fazia a interface com empresas interessadas em contratar com a secretaria. Em certas ocasiões, diz o MPRJ, Santos realizava prévia indicação daqueles que seriam contratados em processos administrativos que estavam por vir.
Em uma conversa de áudio no celular de Neves, Edmar Santos determinava a criação de uma “lista secreta” daqueles que seriam fornecedores da pasta.
"(…)Mapeia para mim todos os endereços de depósito de distribuidor de medicamento, distribuidor de material médico e distribuidor de equipamento aqui no Rio de Janeiro. Cara, todos esses endereços de depósito, deixa uma lista aí secreta contigo. Só eu e você vamos ter acesso a isso", instruiu Santos a Gabriell Neves, ex-subsecretário que também está preso.
R$ 1 bilhão em contratos emergenciais
Além disso, há suspeitas de irregularidades nos contratos firmados sem licitação. Entre eles, o de compra de respiradores, oxímetros e medicamentos e o de contratação de leitos privados. O governo do RJ gastou R$ 1 bilhão para fechar contratos emergenciais.
Dos 1 mil respiradores comprados pela pasta, apenas 52 foram entregues e não serviam para pacientes com Covid-19. Os contratos foram firmados com três empresas, também investigadas.
Outros 97 aparelhos chegaram no fim de junho e estão no terminal de cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, encalhados.
Fonte: G1