Feira de Santana

Lesbocídio é crescente no Brasil e tem grandes índices em cidades como Feira de Santana

Uma 'Carta da Diversidade' com sugestões e demandas da comunidade foi entregue ao presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana

Acorda Cidade

Um dossiê produzido em 2018 pelo Grupo de Pesquisa Lesbocídio, do Núcleo de Inclusão Social (NIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revela que o assassinato de mulheres lésbicas cresce exponencialmente em todo o país. A situação é ainda mais alarmante em cidades do interior como Feira de Santana, aponta a enfermeira Geovanna Braitt, que discursou na Tribuna Livre da Casa da Cidadania na sessão desta terça-feira (10).

Integrante do Grupo Respeito e União pela Diversidade (GRUD), Geovanna analisa que a violência contra a comunidade LGBTQIA+ é o resultado do “machismo e do patriarcado estruturais” enraizados na sociedade. Apesar dos debates e da conquista de direitos, ela afirma que muitas mulheres lésbicas ainda são agredidas e violentadas sexualmente sob “a justificativa de que elas apenas se relacionam entre si por alguma frustração com sexo oposto, pensamento que por si só já é lesbofóbico”. A vulnerabilidade e invisibilidade é ainda maior quando se tratam de “lésbicas, trans, indígenas, periféricas e analfabetas” por estarem fora do “padrão social cis, heteronormativo, machista, patriarcal e racista”, avalia.

Para reverter este cenário e combater o preconceito e a violência, Geovanna observa a necessidade do investimento em políticas públicas que assegurem os direitos de toda a comunidade LGBTQIA+. No mês que celebra a visibilidade lésbica, a enfermeira destaca a importância da capacitação dos profissionais e da realização de campanhas voltadas à prevenção do câncer do colo do útero, de mama e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Uma “Carta da Diversidade” com sugestões e demandas da comunidade foi entregue por Geovanna ao presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, vereador Fernando Torres (PSD). O objetivo é trazer as questões para os debates do Legislativo feirense para que “sejam estudadas em prol de melhorar as políticas públicas para a população LGBTQIA+”.
 

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