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Colocar a presidente Dilma Rousseff dançando pagodão no Pelourinho. E Mário Kertész (PMDB) no lugar de seu homônimo Mário Bros, em uma paródia do jogo de videogame mais popular do mundo. Ou mesmo criar conteúdos exclusivos para o mundo virtual e usar intensamente as redes sociais, como o democrata ACM Neto. Para conquistar o voto do internautas, os candidatos a prefeito da capital baiana tentam de tudo no terreno mais fértil para experiências de marketing político, a internet.
Nelson Pelegrino (PT) e Mário Kertész se arriscam em usar o humor em seus sites de campanha e redes sociais. Suas equipes de publicidade chegaram a criar joguinhos online e vídeos em 3D para chamar a atenção do eleitor mais desinteressado na disputa política, ou até mesmo de crianças.
Na disputa por votos, os candidatos também usam a interatividade para falar de coisa séria. Neto, assim como seus rivais, criou ferramentas para que o eleitor possa ajudar na elaboração do programa de governo, apontando onde estão os problemas e ajudando a sugerir soluções.
Logo no topo do site de ACM Neto há o link para a seção ‘Seu Bairro’, onde marcadores indicam cada um dos locais da capital baiana. Basta clicar no local onde mora e contar o que há de errado com os serviços municipais e, se quiser, apontar uma forma de resolver o problema.
“A partir dessa ferramenta, temos um mapeamento da cidade e dos seus problemas feito pelas pessoas. Estamos olhando com cuidado cada um dos relatos, que ajudam nas propostas de governo. Inclusive podem ser integrados nas propostas que já temos prontas”, disse o marqueteiro Pascoal Gomes, que coordena a campanha do democrata.
Ferramenta similar existe no site do candidato peemedebista. Um botão sugere: ‘Dê uma força a Mário’. A ferramenta permite ao internauta identificar visualmente no mapa onde há maior incidência de problemas, a partir da cor de marcadores, como segurança, saúde, infraestrutura e mobilidade. Há ainda o ‘Chame Mário’, onde é possível solicitar uma visita pessoal do candidato em determinada localidade.
Uma votação entre os internautas define em quais locais serão realizados os atos de campanha. “Mário critica os candidatos que apresentam programas de governo, porque impõem suas soluções para a população. Ele prefere ouvir da população, que vive os problemas no dia a dia, o que mais lhes aflige e ouvir quais são as propostas de solução”, disse a responsável pela campanha do peemedebista na internet, a jornalista Camila Cintra.
No site de Pelegrino, a interatividade é limitada a uma enquete, que define o tema a ser abordado pelo candidato em vídeo produzido com exclusividade para a internet.
A assessoria do candidato assegura, entretanto, que propostas são incorporadas ao programa de governo, bem como visitas a bairro são agendadas a partir do contato de eleitores através das redes sociais, como o Twitter e o Facebook.
Papo virtual A campanha petista conseguiu inovar na interatividade através do debate ao vivo com eleitores através do Hangout, uma espécie de videoconferência. Foram realizados dois debates com a ferramenta, em que há um moderador que recebe e filtra as perguntas submetidas ao candidato.
“Tivemos em torno de 70 pessoas que acompanharam do início ao fim, mas tinha gente que entrava uns 20 minutos e saía. A cada ano que passa a internet ganha importância, mas o acesso ainda é restrito”, pondera Poena Carmo, responsável pela campanha online do petista. O Hangout também é utilizado em dias de debate na TV, quando militantes conversam ao vivo via webcam.
Joguinhos e clipes inundam sites
Além da função nobre de aproximar o eleitor do candidato, a internet também ajuda a fazer rir de coisa séria. Para os jovens que nasceram na década de 80, desperta curiosidade a paródia do jogo Mário Bros, que pode ser jogado online no site do Mário Kertész. Elementos como água de coco, que faz o personagem crescer, e ladrões no lugar de monstros são inseridos no game para dar um ar de baianidade.
Já a equipe do petista Nelson Pelegrino chamou a atenção com um vídeo para promover o jingle de campanha produzido para a internet. No vídeo, foram colocados bonecos em 3D do ex-presidente Lula, da presidente Dilma, do governador Jaques Wagner, além do candidato e sua vice, Olívia Santana, dançando pagode ao som do jingle da campanha.
O marqueteiro do candidato ACM Neto, Pascoal Gomes, reconheceu a importância dessas estratégias, mas criticou o que foi realizado pelos adversários. “Os jogos são formas interativas e precisam ser muito bem desenvolvidos para o público-alvo, a fim de gerar engajamento, e não é isso que estamos vendo por aí. As ferramentas ficam lá e são pouco compartilhadas, sem contar que não comunicam propostas. O eleitor quer mais do que o lúdico nas redes do candidato, quer argumentos políticos e propostas de governo”, disse. As informações são do Correio.
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