As greves de tropas da Polícia Militar dos últimos anos catapultaram a carreira política de policiais que chegaram a postos em Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e ao Congresso Nacional. O Ceará, onde o senador Cid Gomes (PDT) foi baleado nesta quarta-feira (19), ao avançar com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel tomado por policiais militares que faziam motim por reajuste salarial, é o principal exemplo desta ascensão dos grevistas. A estrela em ascensão na oposição aos Gomes e ao governador Camilo Santana (PT) no estado o deputado federal Capitão Wagner (Pros), que em 2011 e 2012 liderou um motim de seis dias da Polícia Militar. Ele foi o mais votado no estado na eleição de 2018, com mais de 303 mil votos. Iniciada em 29 de dezembro de 2011, a mobilização foi marcada por episódios de arrastões, assaltos e depredação do patrimônio público. Motociclistas armados foram às ruas para assaltar supermercados. A Força Nacional de Segurança foi enviada ao estado. Desde então, Wagner, 41, teve ascensão meteórica na política local: elegeu-se vereador em 2012, deputado estadual em 2014 e federal em 2018. Em 2016, foi ao segundo turno na eleição à Prefeitura de Fortaleza, pelo Partido da República, e neste ano desponta como favorito para o cargo. A greve também impulsionou Cabo Sabino (PL), eleito deputado federal em 2014 também na esteira da greve dos policiais de 2012. Com a concorrência direta com Capitão Wagner em 2018, ele acabou não se reelegendo. Mas está entre os principais incentivadores da paralisação dos policiais neste ano, gravando vídeos conclamando que os policias abandonassem viaturas e quartéis. A Bahia, que viveu quatro greves policiais em 2001, 2012, 2014 e 2019, também viu líderes grevistas serem alçados para mandatos eletivos. Da greve de 2001, que aconteceu na gestão do governador César Borges (então no PFL), despontaram líderes como o Capitão Tadeu (PDT) e o Pastor Sargento Isidório, que depois de passar por PT, PSC, PDT, hoje é filiado ao Avante. Leia mais no Política Livre.
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Greves alçaram PMs à carreira política, de Sargento Isidório a Capitão Wagner
A Bahia, que viveu quatro greves policiais em 2001, 2012, 2014 e 2019, também viu líderes grevistas serem alçados para mandatos eletivos.
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