Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal sugerem que o grupo do empresário Carlos Cachoeira também manteve contato com o executivo que passou a dirigir a Delta Construções depois que vieram à tona as ligações da empresa com Cachoeira, informa reportagem da Folha.
Carlos Alberto Verdini assumiu a presidência do conselho de administração da Delta há duas semanas, depois que o dono da empresa, Fernando Cavendish, se afastou junto com um de seus principais executivos, Carlos Duque Pacheco. As investigações da PF indicam que Cachoeira atuou nos últimos anos como representante da Delta em vários Estados, ajudando a negociar contratos obtidos pela construtora.
No dia 12 de abril de 2011, o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Araújo, o Dadá, disse ter proximidade com Verdini, numa conversa com o policial Marcello de Oliveira Lopes, o Marcelão.
"Eu estou ligando pro Verdini, e o Verdini também é outro cara que fala a verdade. Eu não estou conseguindo falar com o Verdini. Verdini é a coroa lá do comercial, entendeu? Ele foi sargento da FAB, a gente criou uma amizadezinha com ele", diz Dadá a Marcelão, que buscava ajuda para que a Delta contratasse sua empresa de publicidade. Segundo a PF, Dadá é um araponga que tinha papel central no grupo de Cachoeira.
OUTRO LADO – A Delta nega que Verdini tenha amizade com Dadá. "Não há qualquer relação de 'amizade' ou sequer de 'proximidade' entre Carlos Alberto Verdini e o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Araújo", diz nota enviada pela empresa.
O advogado de Dadá não foi localizado para comentar sua relação com Verdini.