Feira de Santana

Pré-candidato à presidência pelo Psol acredita no 2º turno e declara que Bolsonaro não lidera pesquisas

Guilherme comentou sobre a profunda crise política, econômica e social que vive o país e destaco que a sua candidatura está pautada nos três desafios.

Rachel Pinto

O pré-candidato a presidência da república pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, esteve em Feira de Santana na npoite de terça-feira (5), na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e participou do debate sobre o tema: “Quais os desafios da transformação social no Brasil hoje?”.

Estudantes, professores e lideranças políticas participaram do evento e segundo Guilherme Boulos, o país apresenta três desafios fundamentais para o momento histórico atual. Ele também falou sobre o cenário das eleições 2018, a sua crença no segundo turno e que há uma "tentativa injusta de retirar Lula do processo eleitoral". Além disso, ele afirmou que Bolsonaro não está em primeiro lugar nas pesquisas. Segundo ele, quem lidera o primeiro lugar são os votos brancos e nulos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Guilherme comentou sobre a profunda crise política, econômica e social que vive o país e destacou que a sua candidatura está pautada nos três desafios. São eles: revogar as medidas que foram tomadas pelo governo de Michel Temer, como a Reforma Trabalhista, o congelamento de gastos públicos e entrega do pré-sal, enfrentar o abismo da desigualdade brasileira e enfrentar o desafio democrático.

“Nós vamos fazer no dia 1º de janeiro de 2019 , mandar para o congresso nacional e para a sociedade brasileira a proposta de um plebiscito para que possa revogar os retrocessos do Temer. O Brasil embora seja a sétima economia do mundo está entre os países mais desiguais e isso significa da gente não ter medo de enfrentar aos privilégios de quem tem muito. Vamos fazer isso com uma regulação dos bancos, baixando juros e vamos fazer também com uma reforma tributária para quem tem menos pague menos imposto e quem tem mais pague mais imposto. Sustente o investimento público no estado brasileiro. Esse sistema político está falido, sistema do presidencialismo coalizão virou uma forma de extorsão de governabilidade , uma forma de balcão de negócios. De quem ganha eleição ter que ficar negociando maioria parlamentar em troca de cargo em governo. Isso gerou a mais profunda descrença do povo brasileiro nas alternativas políticas, no sistema político brasileiro”, disse.

Lula pré-candidato

Guilherme Boulos declarou que o Psol defende o direito de Lula ser candidato. Para ele, Lula passou por uma condenação sem provas e em seguida foi preso. Ele opinou que a prisão de Lula tem um caráter político.

“Foi uma prisão política, nos tomamos uma posição clara em relação a isso e defendendo o direito de que ele possa se apresentar como candidato”, frisou.

Desigualdades entre regiões

Sobre propostas voltadas para a região Nordeste, Guilherme Boulos relatou que é preciso enfrentar as desigualdades regionais do Brasil como um todo. Há problemas que são gerais da desigualdade social e regional e para ele, o Nordeste expressa problemas próprios.

“Eu estive recentemente em Recife debatendo numa audiência sobre o semiárido e a convivência com o semiárido, que é um tema essencial. O governo Temer aliás tem destroçado a política de cisternas que tinha sido construída eu estive com a Articulação Semiárido (ASA) e tenho defendido um retorno das cisternas feitas de cimento. As cisterna de polietileno não permitem a organização local da comunidade. Nós defendemos mais cisternas para tornar a população que vive no semiárido menos dependente da seca. A mudança para polietileno foi no governo Dilma e criticada pelos movimentos sociais por nós inclusive. Sob o Temer tivemos uma mudança pior que foi do polietileno para nada. Antes foi do cimento para o polietileno e depois do polietileno para zero, para o esgotamento da política de cisterna. Nós precisamos retomar com as cisternas feitas de cimento com participação da comunidade para reduzir a dependência das oligarquias locais que ficam negociando votos por caminhão pipa e usando da necessidade das pessoas”, enfatizou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O pré-candidato salientou que é preciso ter uma política de convivência com o semiárido que discutida em conjunto com a comunidade. O semiárido é um bioma próprio do Brasil e precisa que essa política seja construída com participação popular, retomando os investimentos e políticas das cisternas.

De acordo com ele, a região Nordeste, que sofreu historicamente com desigualdades de investimentos do estado brasileiro, precisa ter fortalecidas as políticas sociais com transversalidade na educação e economia.

“A retomada de reajustes no Bolsa Família com vistas a garantir uma renda mínima ao povo brasileiro é essencial para a economia das regiões mais pobres, sobretudo para o interior nordestino do nosso país. Uma política de investimento público que retome o emprego e a renda e isso é essencial. Nós temos hoje duas realidades que se destacam no nordeste no s últimos dois anos em relação ao país. Uma que é aumento no desemprego. Os estados nordestinos e as capitais sobretudo têm tido uma elevação no índice de desemprego no país. A gente resolve isso com investimento público, retomada de um programa emergencial de obras para geração de emprego. O segundo problema é o da segurança pública. As capitais do nordeste foram de longe as que mais subiram índices de homicídios no Brasil e o que nos leva a necessidade de debater um novo modelo de polícia, um modelo de segurança pública que não seja esse falido porque é violento que é caro. Que é ineficaz que cria a polícia que mais mata e a polícia que mais morre no mundo. Nós precisamos rever esse modelo com a desmilitarização das polícias e a integração e inteligência que possa combater o tráfico de armas e reduzir o número de homicídios”, frisou.


Segundo turno e campanha

Guilherme Boulos enfatiza que acredita no segundo turno das eleições 2018. Ele ressalta que não há nenhuma candidatura que demonstre condições de ganhar as eleições, de ganhar as eleições no primeiro turno e que Bolsonaro não está em primeiro lugar nas pesquisas, quem lidera o primeiro lugar são os votos brancos, nulos e indecisos.

Ele declarou que é justamente com essa população que o Psol quer dialogar. Mesmo com tempo curto na campanha televisiva o partido busca esse diálogo através de outras plataformas.

“As pessoas estão cada vez mais saturadas e cansadas de ver marqueteiro fazendo programa de televisão como se estivesse na ilha de fantasia e a realidade ser outra. Vamos fazer o debate com o povo brasileiro, olho no olho, retomando um programa que é um programa de debate porta a porta para cima, fazer campanha dialogando com a população”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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